Lab Dicas Jornalismo Publicidade 728x90
05/02/2022 às 17h07min - Atualizada em 04/02/2022 às 09h09min

Caso Kiss: a injustiça não pode ser tolerada

Nove anos do incêndio que teve 242 vítimas, réus são condenados a prisão, mas recebem habeas corpus provisório

Andresa Cardoso - Editado por Andrieli Torres
Capa do livro “Todo dia a mesma noite”, escrito por Daniela Arbex. Foto: Reprodução/Intrínseca
 “Todos aqui sabem que qualquer tempo conta para quem espera por um filho”, disse a enfermeira militar Liliane Espinosa para o livro “Todo dia a mesma noite”, tentando agilizar o processo de retirada dos corpos das vítimas de dentro da boate, em meio à dor e ao choque.

A tragédia da madrugada do dia 27 de janeiro de 2013 está presente em todas as vítimas, diretas ou não, do acontecido. A prefeitura de Santa Maria, Rio Grande do Sul, criou o serviço de acolhimento multiprofissional, Acolhe-se, para atender as pessoas que sofreram e ainda sofrem as consequências do que aconteceu.

“Para quem perdeu um pedaço de si na Kiss, todo dia é 27”, descreve a jornalista Daniela Arbex, escritora do livro que narra toda a trajetória do acidente, desde o começo do incêndio até a dor de quem perdeu ali filhos, mãe, pai, irmão, namorado. Um dos últimos capítulos aborda como se deu o início do processo judicial intitulado Caso Kiss.


Em dezembro de 2021, ocorreu o último julgamento dos quatro réus condenados pelo crime: Elissandro Spohr, Mauro Hoffmann, Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Bonilha Leão. Foi decretado prisão para todos, porém, a pedido de Elissandro, foi concedido um habeas corpus preventivo, que se estendeu a todos os réus. O habeas corpus os protegerá de uma prisão ilegal, e o Ministério Público irá recorrer posteriormente quanto a sentença proposta, a de prisão em regime fechado.

“Em 2013 eu fundei o coletivo chamado “Kiss: que não se repita”, diz André Polga, fundador do coletivo, em entrevista à uma rede social. Ele tem como objetivo lutar pela memória coletiva, das vítimas e pela justiça do acidente. André conta que o julgamento, sendo na cidade de Porto Alegre, privou diversas famílias de acompanharem a justiça pela morte de seus entes.

“Eu acredito que o pós julgamento vai ser um momento de paz se essa condenação acontecer”, conclui Polga. Em 2022 a tragédia completa nove anos, e a justiça ainda não acabou, mas está começando. Essas famílias precisam de paz, não há mais tempo a perder, nem injustiça a ser tolerada. 

Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »