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04/02/2022 às 09h53min - Atualizada em 04/02/2022 às 09h40min

Em meio a debates sobre poluição, fibra da cannabis é nova alternativa sustentável na indústria da moda

A resistência da fibra é maior que a do algodão, ajudando ainda a bloquear os raios ultravioleta

Adriana de Sousa - Editado por Larissa Barros
Reprodução
Em meio aos debates sobre a preservação do meio ambiente e redução do nível de poluição, a indústria da moda segue priorizando estilos de produções contrários. Uma das matérias primas mais utilizadas por esse mercado, o algodão, é responsável pelo consumo alto de água, poluição do solo e uso de pesticidas. 

Enquanto ele lidera as buscas para produção das fibras, o cânhamo, planta variante da cannabis, poderia ser usada como alternativa sustentável e biodegradável. A resistência da fibra é maior que a do algodão, ajudando ainda a bloquear os raios ultravioleta. Com a textura similar ao linho, ela é isolante, servindo para aquecer e tornar a peça de roupa mais fresca.

Apesar de não se tratar de uma fibra de conforto acredita-se que em marcas e estilistas certos, a fibra de cânhamo se torne confortável para os consumidores. Desde 2013, a marca Levi's usa a fibra como matéria prima em parte da produção de suas peças. 

Segundo Thiago Leão, Head de Merchandising da Levi´s, mesmo dependendo muito do meio ambiente, a indústria da moda não se empenha na busca por meios sustentáveis para não agredir a natureza. 

Para se chegar na fibra, é preciso passar por três etapas: colheita, maceração e separação. As colheitas para uso textil são realizadas entre 70 e 90 dias após o plantio, quando são produzidas as melhores fibras. Na segunda fase, quando o material é amassado, é feita a separação dos talos e galhos do caule. Depois, o material é deixado no solo para se decompor pelo período de quatro a seis semanas. 

Em seguida, é realizada a fermentação produzida pela maceração. Com isso, o material é classificado e dividido entre fibras curtas (estopa) e fibras longas (fibras de linha). Gerando assim a matéria prima para variadas indústrias, inclusive têxtil.
 
Embora tenham semelhanças, o cânhamo não é maconha. No entanto, o simples fato de ouvir a palavra cannabis já gera dúvidas sobre a fibra. Por isso, vale destacar que são duas plantas diferentes, mesmo sendo “primas”. Enquanto a primeira possui menos de 0,3% de Tetrahidrocanabinol (THC), elemento responsável pelos efeitos psicoativos, a maconha possui 30%, segundo a Associação Nacional do Cânhamo Industrial (ANC).

O cânhamo vem abrindo espaço na moda e no mercado gerando renda, estilo e sustentabilidade. No Brasil, algumas marcas como Reserva, Osklen, QueenCo fazem suas produções com uso da fibra. Recentemente, a Vicunha, uma das maiores fabricantes de jeanswear do mundo e a maior do Brasil, lançou uma coleção toda feita com fibra de cânhamo, tornando-se a primeira a investir em produtos jeanswear com o insumo no país. Além de ter um catálogo com peças que misturam a fibra e o algodão.
 

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