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04/02/2022 às 11h48min - Atualizada em 04/02/2022 às 11h27min

Os obstáculos para a difusão da literacia familiar no Brasil

A ausência dessa prática tem como consequências, um vocabulário limitado e senso crítico superficial no desenvolvimento das crianças

Adriely Sousa - Editado por Andrieli Torres
(Reprodução/Pexels)
A literacia familiar é uma prática que envolve diálogos, compartilhamento de experiências, leituras em voz alta e brincadeiras, com o intuito de construir conhecimentos na creche e pré-escola. O método estimula as quatro habilidades fundamentais: ouvir, falar, ler e escrever. Tendo isso em vista, é importante destacar que, a família não assume a responsabilidade pela a alfabetização, mas sim, estimula as habilidades e engajamento linguístico das crianças.

Além de contribuir no aumento de vocabulário, compreensão textual e ortografia, essa prática também favorece aspectos emocionais, tais como: empatia, relaxamento, provoca reflexões, diverte, faz sonhar e auxilia na construção de uma identidade. Segundo Regina Scarpa, coordenadora pedagógica de NOVA ESCOLA,  explica: “Para as crianças pequenas, a escrita é apenas um conjunto de marcas em folhas de papel. Um adulto, ao ler uma história para crianças, faz com que essas marcas ganhem vida e os pequenos tenham acesso a tudo que mora dentro dos livros, como os contos de fadas, fábulas e lendas”. Entretanto, os desafios para que esse hábito seja agradável e enriquecedor, se apresentam na falta de interação entre pais e filhos, rotina desgastante, ou até mesmo, casos que envolvam a população analfabeta aliada aos fatores socioeconômicos. 

Dentro desse contexto, muitas famílias se sentem desencorajadas, ou com pouco recursos econômicos que possibilitem o repasse de conhecimento adequado para essa faixa etária. Outra resistência na sociedade contemporânea, está na influência que os aparelhos eletrônicos — celulares, tablets, computador e video games, desempenham no cotidiano das famílias. Desse modo, ferramentas que, a principio serviam como passatempos, suporte profissional e escolar, estão se transformando em amortecedores para essa carência intelectual. Ademais, pelo fato de que o estímulo à leitura ativa nos primeiros anos de vida da criança, depende primordialmente da interação familiar, a falha consiste, comumente, na falta de hábito desse núcleo.

Conforme uma pesquisa divulgada pelo Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional (Inaf), as mães são apontadas como uma das pessoas que mais influenciam no gosto pela leitura por 41% dos entrevistados. Com isso, levando em conta as dificuldades para a difusão da literacia familiar no Brasil, o projeto 
“Conta pra Mim”, uma iniciativa do Ministério da Educação (MEC), surge com uma proposta de auxílio na promoção do desenvolvimento da linguagem oral e escrita para a primeira infância (crianças de 0 a 6 anos).

O site dispõe de dicas e materiais gratuitos, disponíveis em formato digital, além de proporcionar uma versão acessível, com Libras e legendas para os videos do programa. Através desse suporte, são apresentados exercícios e atitudes que estreitam o laço entre pais e filhos, como por exemplo: conversar com o filho, participar ativamente da vida escolar, dar livros de presente e elogiar a criança. A expectativa é de que o site tenha mais visiblidade, e agregue aprendizados fundamentais para esse público infantil, com o intuito de fortalecer os vínculos de afetos. 

 
 

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