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04/02/2022 às 15h05min - Atualizada em 04/02/2022 às 13h33min

Cringecore: uma nova forma de estratégias para as marcas

Veio para mostrar que o "esquisito" pode virar algo lucrativo

Gabriella Lima - Editado por Laiz Vaz
Coleção de bolsas da Hello Kitty, laçanda pela grife Balenciaga Foto: Divulgação/Balenciaga - Foto: Glamour
A moda é sobre extravagância, exagero, destaque, chocante e dentre vários adjetivos. A indústria fashion é isso e mais um pouco. Em 2021 foi um ano movimentado e na moda não seria diferente, não é mesmo?!

Quem estava nas mídias naquele ano presenciou uma movimentação gigantesca. De um lado as pessoas achando absurdo uma bolsa inspirada por uma toalha idealizada pela grife Bottega Veneta que, custava apenas R$ 25 mil reais e do outro pessoas achando uma peça alternativa e criativa. 

Se uma bolsa de toalha criou uma grande intriga, imagina o que um simples Crocs com salto causaria?! E sim, definitivamente a guerra tinha começado. Lançado pela grife Balenciaga, os calçados foram esgotados em minutos. Realmente, existe gosto para tudo, mesmo que seja algo esquisito!

Esses itens inusitados foram os mais comentados em 2021, parou nos trendings do Twitter e várias discursos na rede do Instagram. E as marcas estavam amando, pois todas essas discussões gerou o famoso engajamento fazendo com que lucrassem muito, muito mesmo. 

 


Cringecore

Imagino que você está se perguntando: o que é cringecore? Calmo que vamos te explicar!

Se você não mora em baixo de uma rocha, certamente viu que 2021 o termo cringe foi um dos mais comentados. Fazendo com que entrasse no ranking das 50 palavras mais buscadas no Google. 

Tudo se iniciou quando começou o debate da Geração Z (1996 a 2010) e Geração millenials (1981 a 1995). Essa proporção toda veio no TikTok, midía que está em alta e que atualmente dita várias tendências.


Mas a expressão cringe é simplemente uma forma de achar que algo é ultrapassado, fora de moda ou vergonha alheia. Ser uma pessoa cringe é ser cafona, sem estilo. Diante de uma sociedade que crítica e de uma geração que se acha superior e que tudo que é passado é ultrapasado, cafona. E as grandes grifes viu isso como um business e utlizaram ao seu favor.

Então, por que não transformar o "estranho", "esquisito" em algo lucrativo? Pois tudo que é estranho é comentando e que gera engajamento e consequentemente em lucro. Match perfeito!

Cringecore e business

Segundo o pesquisador e diretor criativo Jordan Richman, o termo Cringecore não é voltado somente para lado esquisito, estranho. Mas naquilo que pode alavancar e se torna relevância para as marcas de alguma forma. 

“Cringe agora é estratégia corporativa de marketing, uma ambiguidade intencional. Elas podem obter mais impressões por serem cringe do que por serem virtuosos”, explicou Richman no seu artigo publicado no portal 032.

O escritou explica que o público tende a busca aquilo que causa incômodo. Ao contrario dos conteúdos mais atrativos, se são ditos "comuns", de inspiração que gera uma indetificação, o diferente provaca mais curiosidade e os porquês começam a surgir e os números de compartilhamentos crescem. 

E voltando para a bolsa da Bottega, o crocs da Balenciaga e até os figurinos da pergonagem Emily, da série Emily em Paris, que causaram e ainda causa muitas comentários. Fazendo organicamente o engajamento das marcas almentarem muito. 

Os marketeiros estão gritando com essa estratégia impecavél. Quem iria pensar em lançar algo dito como "fora de moda" e fazer com que as pessoas engajem e que todo esse engajemento vire lucro? quem?! Vivendo e aprendo!

Balenciaga

Dos itens que citamos a cima, devemos lembrar que a Balenciaga está dando nome, lançamentos bem provocativos e se colocando em grande destaque. 

Seja a collab com os personagens dos Simpsons, os brinos feitos em formato de cartão de crédito ou mais recente com a socialeite Kim Kardashian no Met Gala 2021, quem não lembra? Era uma peça simples, mas comica e que gerou muitos, milhares de comentários nas midías. 

 


A grife tem a arte de despertar o lado cômico e polêmico! 

O feat com a Kim Kardashian, o controverso Crocs com salto fez com que a marca entrasse em um momento único. Após 53 anos de hiatos, a grife retornou à semana de alta-costura de Paris, a mais importante do mundo atualmente. 

Sob a direção criativa de Demna Gvasalia, que teve uma passagem brilhante  pela Maison Margiela e na Louis Vuitton. A Balenciaga voltou em um momento difícil para o mundo, mas o seu retorno triunfal é comentado até hoje. 

 

Quem vive da moda, segue e entende todas as tendências, compreende os seus conceitos variados. Para quem é leigo e não sabe afundo sobre essa indústria se choca quando vê algo diferente. 

Com a saturação as coisas morrem, sai das vitrines e do olhar público, mas aquele que a criou, que soube provocar, ganha espaço e destaque. E sempre vão ter pessoas esperando para o próximo lançamento. 

Aquele velho ditado: 'quem não é visto não é lembrado!' clichê, mas é a pura verdade. 

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