O hábito de comprar artigos de moda online no Brasil, já era uma realidade há alguns anos, porém, tornou-se popular no auge da pandemia de covid-19, em 2020 e, a partir de então, se transformou em uma prática comum na rotina do consumidor. De acordo com um estudo realizado pelo IDC em setembro de 2021, cerca de 88% das pessoas compraram online. Destas, 74,7% adquirem produtos do setor da moda como vestuário e calçados.
Diante do cenário propício para as vendas em e-commerces, as empresas de moda possuem um desafio diário de alinhar as estratégias do negócio aos novos rumos do mercado. O movimento das grandes marcas está voltado para a otimização dos serviços nos marketplaces, como por exemplo o tempo de entrega, que impacta diretamente na experiência dos clientes com a loja.
Para os pequenos empresários do ramo, as redes sociais são as principais aliadas para o sucesso do negócio. Empreendedora do setor há 12 anos, Fabiana Silva de Guarujá, dona da loja online Faby Boutiq’s (@fabyboutiqs) conta que começou no segmento digital com um grupo no Facebook, mas nos dias atuais está ativa também no Instagram. Para ela, o maior obstáculo para as vendas por meio das plataformas digitais é a ausência de um site exclusivo.
“Os maiores desafios hoje são fazer das redes sociais a minha plataforma, é por elas que eu faço as vendas da loja. Utilizo muito o Instagram e o Facebook como minha vitrine, e o Whatsapp para a finalização, quase 100% dos pedidos são feitos por lá. Outro desafio é atrair clientes, vender para aqueles que ainda tem medo de comprar online, e por isso, a grande maioria dos meus clientes são indicações de quem já comprou”, pontua.
Ainda com a popularização do consumo online da moda, a retomada dos serviços presenciais animou muita gente. A pesquisa do Global Consumer Insights Pulse Survey, da PwC, realizada em 2021, revelou que 41% dos entrevistados ainda preferem ir à loja física do que comprar online. Isso porque, há a necessidade de tocar nos produtos, o que aumenta a confiabilidade do cliente, um fator decisivo no momento da compra.
A empreendedora Bruna Eduarda, dona da loja de moda e estética Modelliz, saiu das redes sociais e se tornou loja física em Guarujá, em São Paulo. A empresária acredita que o ideal é manter o equilíbrio entre online e físico considerando o público de consumo. “Elas se complementam, pois ainda temos o público que não participa das redes sociais”.
Um levantamento divulgado pelo jornal O Globo, mostrou que da faixa etária que está menos presente na internet (de 50 a 60 anos), apenas 14% realizou compras online na Black Friday, enquanto pessoas de 26 e 35 anos encabeçaram as vendas, representando 35,08%.
Com toda a jornada da moda e as mudanças no comportamento do consumidor, o mercado tende a pedir a integralização dos canais físico e online, suprindo os pontos fracos de cada estratégia e com olhos vidrados nas atualizações do comércio eletrônico que podem ser decisivas no mundo físico.