“algo se repete
pra provar que
você nunca é a mesma
algo se repete
para que você compreenda
que você nunca é a mesma
pare de chamar por suas versões
que estão no antes
elas morreram
pra te parir maior
algo se repete
se repete
se repete
e ainda bem
que você nunca
é a mesma”
Trecho do livro “Jamais peço desculpas por me derramar”, por Ryane Leão
Em seu segundo livro, Ryane fala sobre a importância da ancestralidade afrodescendente, do amor sáfico – amor entre mulheres, racismo, amor-próprio e resiliência. A autora segue publicando vídeos em seu Instagram declamando seus poemas, sempre ressaltando a necessidade de se amar – como pessoa negra, lgbtqia+, com transtornos mentais, de todas as maneiras.
Outra poetisa, também inspiradora, é a Rupi Kaur, que é indiano-canadense. Ambas têm trajetórias parecidas: Rupi publicou de forma independente seu primeiro livro, após ficar conhecida pelos textos que publicava em seu Instagram, que foi lançado no Brasil intitulado “Outros jeitos de usar a boca”. Seu segundo livro, “O que o sol faz com as flores”, saiu aqui em 2017, trazendo temas como ancestralidade – nesse caso, focado em sua origem indiana -, saúde mental, feminismo, crescimento pessoal e relações – abusivas, dependentes, boas e a relação consigo mesma.
“desci do palco
no fim do evento
rezando para aquela tristeza profunda
parar de me comer viva
eu estava doente
mas fingia que não estava
ao menos trabalhar me motivava
voltar no fim do dia
para um apartamento vazio era pior
sem trabalho eu não tinha nada a almejar
eu passava meses entregue à depressão
quase desmaiada de mágoa
olhos abertos
pensamento perdido em outra dimensão
escreva o livro me diziam
volte ao seu caminho
por que tanta demora
- vazia”
Trecho do livro livro “Meu corpo minha casa”, por Rupi Kaur
“confie no seu corpo
ele reage ao que é certo e errado
melhor do que a sua mente
- o corpo fala com você”
Trecho do livro livro “O que o sol faz com as flores”, por Rupi Kaur