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13/02/2022 às 11h25min - Atualizada em 12/02/2022 às 10h45min

Armamento e a relação com a violência

O armamento no Brasil é o caminho para levar a sociedade ao colapso da violência

Heron Enzo - Editado por: Marcilio Araripe
Jair Bolsonaro faz gesto de arma em punho durante votação da PEC da Maioridade Penal, na Câmara dos Deputados 19/08/2015 Foto: Aílton de Freitas
Desde 2017, quando o atual Presidente Jair Bolsonaro era apenas um candidato que sonhava com o maior cargo do poder executivo, uma das pautas que ele defendia era o porte de armas para a população brasileira. O Presidente já chegou a falar que “o povo armado jamais será escravizado”, além de ter a ideologia mais armas = menos crimes. Porém, essa não é a realidade do Brasil.

Segundo os dados publicados pelo site UOL, no primeiro ano de Bolsonaro na Presidência, os números de aquisição a armas dobraram e foram responsáveis pelo aumento de mortes, e de acordo com Fórum Brasileiro de Segurança Pública(FBSP) foram registradas 50.033 mortes violentas intencionais em 2020, 78% desses números foram por arma de fogo ou consequência da arma de fogo.

A bacharelado em direito, Talita Borges, alerta que a fala do Presidente Bolsonaro é completamente equivocada. A graduada fala que mais armas é mais caos que a forma mais eficaz é investir em políticas públicas anti armas de fogo. Já a especialista Ilona Szabó relata que a aprovação do estatuto do desarmamento chegou a salvar 120.000 pessoas e que as políticas públicas funcionam; ela ainda defende a ideia de que menos armas vai gerar menos mortes e que esse fator reduz a violência e os riscos.

Por outro lado existe uma parcela da população, baseada no especialista de segurança pública Bene Barbosa - considerado o maior ativista pró-armas de fogo -, que defende que o Brasil deve se comportar semelhante a alguns países europeus que têm liberdade para ter arma de fogo e índices baixos de criminalidades. Entretanto, não é só da liberação do acesso a armas que fez esses países engrenar em uma política pública, o campo histórico e sociológico foram fundamentais para que tivesse o sucesso na política praticada.

No Brasil, liberar as armas é se posicionar a favor da morte. A história brasileira é extremamente sanguinária, passou por um processo de colonização doloroso e que até hoje não se tem a consciência necessária disso. Os campos históricos e sociológicos do Brasil mostram que armar a população é está longe da criminalidade zero.

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