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12/02/2022 às 17h52min - Atualizada em 12/02/2022 às 15h28min

Jogos de Inverno: Nicole Silveira fecha campanha do Skeleton com marcas históricas

Brasileira é a primeira a competir na modalidade em jogos de inverno pelo país, conquista décima terceira posição e se consolida no esporte.

Matheus Maia - labdicasjornalismo.com
Nicole Silveira realizando descida nos Jogos Olímpicos de Pequim. Foto: CBDG/Wander Roberto/@ANOC Olympic

Nos jogos olímpicos de inverno em Pequim, na China, Nicole Silveira competiu na modalidade do skeleton entre os dias 10 a 12 de fevereiro. Buscando o top-10 na maior competição do esporte, a brasileira conquistou marcas importantes para o movimento olímpico brasileiro.

 

Nicole é natural de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, mas logo aos sete anos, se mudou para o Canadá, onde começou a praticar o esporte em 2017. A gaúcha é pioneira no esporte no Brasil e recentemente se tornou pentacampeã da Copa América.

 

Para os jogos, Silveira escolheu um esquema de cores de seu capacete que reflete suas raízes, estampando uma arara brasileira e um estetoscópio: “Eu queria que tivesse uma arara, que é uma ave muito típica do Brasil, que simboliza sorte e lembra um pouco a época de carnaval. Também, um estetoscópio para mostrar minha outra profissão – enfermeira. Muito feliz com o resultado!”, ela compartilhou em seu perfil no Instagram.

 

O esporte consiste em descer em um trenó de barriga para baixo, diferente do Luge em que se desce com a barriga para cima, em uma pista de gelo artificial, o menor tempo combinado na soma das voltas, vence o torneio.

 

As duas descidas iniciais da atleta tiveram erros e abaixo do potencial conquistado nos treinos feitos nos dias anteriores, entretanto, o dia foi encerrado no décimo quarto lugar, com o tempo combinado de 2:05.53, dentro do desejado pela Confederação Brasileira de Desportos no Gelo (CBDG). A atleta se viu em perigo com bons tempos das adversárias, mas ao final, se firmou entre as quinze melhores.

 

Após fechar o dia na arena, Nicole conversou com a equipe do Sportv: “Se eu dissesse que estou 100% feliz com as minhas descidas seria uma mentira, mas eu fico muito feliz, no que a gente estava focado nos treinos eu consegui acertar na hora da competição. As duas descidas foram bem parecidas, então eu sei no que eu tenho que focar para amanhã, então é voltar pra casa, rever os vídeos e ter mais amanhã”.

 

Nicole completou dizendo: “O objetivo aqui foi sempre me divertir, aproveitar e experienciar tudo que eu posso, chegar aqui já foi uma medalha pra mim, só que o top-20 eu com certeza quero estar lá para melhor.”

 

No sábado de manhã, no horário brasileiro, foram realizadas as últimas duas descidas. A pista já sentia uma melhora substancial entre as baterias, com todas as atletas diminuindo seus tempos de quinta e sexta-feira.

 

A primeira tomada do dia foi atrapalhada por erros em curvas e leves derrapadas, com isso, se manteve na posição de início, mas já se observava uma melhora de 3 décimos de segundo em relação ao seu melhor. Já a segunda, foi o seu recorde pessoal com 1:02.40, conquistando o décimo terceiro lugar ao final da bateria com a soma de 4:10.48.

 

O ouro ficou com a jovem alemã Hannah Heise com 4:07.69, a prata com a australiana Jaclyn Narracott, 4min08s24, e o bronze com a neerlandesa Kimberley Bos, 3min06s47.

 

Nicole falou que foi um aprendizado rápido que ela teve que fazer em quatro anos, brincou que se o Joseph Luke Cecchini, treinador dela, a falasse que nos jogos ela ficaria em 13° ela não teria acreditado. 

 

“Estando aqui e vendo o resultado entre as descidas, me dá mais motivação para as temporada que vem. acho que colocou mais lenha pra queimar (risos), já comecei a conversar com o meu treinador (Joseph) sobre. (...) As próximas olimpíadas vão ser, vamo ver, mas acho que vão ser boas sim”

 

A atleta também dialogou sobre o esporte: “Quando você vê na tevê, parece que a gente tá só deitada ali, mas tem várias coisas que estão acontecendo no trenó, são muitos detalhes. Tenho muito a contar sobre o esporte, mas eu fico muito feliz que o Brasil está conhecendo a modalidade e espero que a gente consiga mais atletas no futuro”.

 

Nicole Silveira gravou sua história no esporte olímpico de inverno brasileiro com as seguintes marcas:

  • Primeira atleta do país no Skeleton em Jogos

  • Melhor marca em esportes de gelo com o 13° lugar

  • Segunda melhor marca geral atrás do 9° lugar de Isabel Clark no Snowboard

 

O Brasil ainda vai ter Michel Macedo e Manex Silva nos esportes de esqui e o bobsled 2-man para torcer nesses Jogos Olímpicos de Inverno.


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