Feito por Brenda Ponciano No século XIX, enquanto lutavam pelo direito ao voto, as sufragistas se vestiam de forma discreta, sem acessórios e sem vestimentas rebuscadas para que as pessoas priorizassem a mensagem do grupo em vez de suas aparências.
Alguns séculos depois, em 2002, o político Luiz Inácio Lula da Silva abandonou o visual desajeitado e passou a usar roupas mais elegantes, como os ternos do renomado estilista Ricardo Almeida. Nesse mesmo ano, o então candidato finalmente se tornou presidente do Brasil, após três campanhas frustradas.
Ao longo da história, a moda se mostrou uma aliada em diversos momentos políticos, mas e em 2022? Quais podem ser as possíveis estratégias de construção de imagem dos candidatos?
Segundo a psicóloga e designer de moda, Larissa Leal “ nós costumamos dizer que ‘a primeira impressão é a que fica’ e a moda acaba sendo um recurso que contribui com esse pré-julgamento”.
No entanto, isso nem sempre é uma regra, pois podemos ter interpretações erradas com base nesta imagem, já que é possível se vestir de uma forma romântica ou de um estilo mais gótico e não necessariamente se identificar com isso.
“Então ao mesmo tempo que podemos utilizar a moda para comunicar algo em que nos identificamos e passar uma mensagem, nós também podemos escolher aquelas peças de forma aleatória e provocar um ruído na comunicação”, afirma Leal.
Diante disso, no cenário político é muito importante que os candidatos saibam exatamente o que querem comunicar e transpareçam isso por meio de sua indumentária.
Sabrina Valente, especialista em marketing político, explica que “para assessorar um candidato é preciso analisar a origem do cidadão, seu estilo de vida e de se vestir, seu modo de falar e de se comportar em público, enfim, uma análise geral, para então desenvolver um projeto de construção da imagem, em cima do eleitorado que ele quer alcançar, lembrando sempre da sobriedade que deve ser passada”.
Uma das mais importantes aliadas na construção de imagem é a moda, de acordo com a consultora de estilo e especialista em cores, Luciana Ulrich, “ as tonalidades assim como as formas, linhas e texturas transmitem mensagens. São sinais que podemos acentuar. Por meio delas é possível comunicar formalidade, criatividade, seriedade, credibilidade e assim por diante”.
Em uma campanha eleitoral, as roupas dos candidatos podem variar conforme o objetivo de cada um. "Um político que queira trazer uma imagem mais acessível, de estar muito mais próximo ao povo, vai trazer linhas mais arredondadas, cores mais quentes. Agora, quem quer passar uma imagem de mais credibilidade e seriedade deve usar cores mais escuras e frias, tons suaves e linhas retas”, completa Ulrich.
Quando um político tem uma estratégia de comunicação definida como no caso da Simone Tebet, que um dos motes da campanha será lembrar que ela é a única mulher na disputa, também é possível usar cores específicas para ajudar a passar essa mensagem.
“Possivelmente, ela vai usar tons de vinho, um rosa pink, pois são cores que trazem uma mensagem de feminilidade, acessibilidade e instinto maternal, do intuitivo da mulher”, declara a especialista em cores.
Enquanto Simone pode usar estes tons para explorar a feminilidade, a maioria dos homens costumam usar muito azul, “isso acontece porque
é uma cor que traz muito essa questão do empreender, da estabilidade. O cinza chumbo também é um tom que traz bastante, a ideia de credibilidade com mais modernidade”, diz Luciana Ulrich.
Abaixo você confere uma galeria de mensagens que a comunicação visual, por meio da vestimenta, pode transmitir:
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