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21/02/2022 às 07h32min - Atualizada em 21/02/2022 às 08h22min

Crítica | 4ª temporada de (Des)encanto

Nova temporada retorna com um humor ainda mais ácido, mas com algumas pontas soltas

Tailane Santos - Editado por Fernanda Simplicio
Netflix / Divulgação
A quarta temporada de (Des)encanto voltou na Netflix! Os episódios foram disponibilizados no serviço de streaming na quarta-feira (9) e vieram recheados de sátiras, críticas e ironias, prontos para arrancar muitas risadas. Apesar disso, a temporada seguiu confusa e com muita repetição.



Para quem não conhece, (Des)encanto é uma série de animação adulta da Netflix produzida por Matt Groening e Josh Weinstein, mesmos criadores de Futurama, e que já se encontra em sua quarta parte. Sua classificação etária é para 14 anos, porém, por trazer assuntos delicados e “problemáticos”, eu recomendaria para maiores de 16 anos.

A série gira em torno de Tiabeanie (Bean), uma princesa nada convencional que, ao lado de seus amigos – um elfo e um demônio (Luci) – envolvem-se nas maiores enrascadas, arriscando a própria vida e a de outras pessoas. Juntos, conhecem outros reinos, o céu, inferno e até fazem amizades (e inimigos) com outros seres mágicos, dentre eles sereias, gnomos, ogros, etc. A animação é ambientada na Idade Média, contendo várias referências aos acontecimentos do período medieval, o desenvolvimento da ciência e até a Revolução Francesa.

ATENÇÃO: A partir daqui pode conter spoilers.

 
  • Sobre a nova temporada:
Uma frase resume o que achei da parte 4: Não foi ruim, mas poderia ter sido melhor! Acompanhe o trailer:



A temporada começa de onde parou a anterior. Após uma batalha na Terra dos Sonhos, reino de Bean, os ogros capturam o Elfo. Dagmar, mãe da princesa – agora rainha – e vilã da história, aparece para levar a garota até o inferno de elevador. Luci, o demônio pessoal, tenta salvá-la, mas morre no processo, o que garante a ele um lugar no céu – nem precisamos ressaltar o quanto ele odeia. O episódio se inicia no momento em que as portas do elevador se abrem e Dagmar exclama que a noiva chegou.



Devido a essa ligação, achei que faltou um pequeno resumo sobre a temporada anterior, para que os fãs pudessem relembrar o que aconteceu até ali. Muitas pessoas costumam acompanhar os lançamentos, por isso, acabam esquecendo pontos importantes que levaram à situação atual das personagens. Como não teve isso, precisei rever cenas passadas, o que acaba sendo cansativo, e atrevo dizer: chato. Muitas séries usam desse recurso do resumo, e seria interessante (Des)encanto tentar.

Infelizmente, aqueles que queriam muitas novidades se decepcionaram com o resultado. A nova temporada insistiu em assuntos repetidos e que acreditávamos terem sido resolvidos e superados. O drama com Dagmar continuou, e com pouco desenvolvimento, sendo apenas previsível que esperemos a aparição dela em toda temporada. Por mais que a mulher seja o grande problema da protagonista a ser enfrentado, a situação está sendo arrastada demais. Depois que Bean consegue fugir de se casar com Satã para pagar uma dívida, esperamos que a mãe ficasse possessa e tivesse uma participação mais ativa na temporada, mas o que temos é uma personagem quase esquecida, exceto na mente da protagonista e que retorna no final para dar gancho a uma nova temporada.

Além dela, temos o retorno de alguns personagens que pensávamos estar mortos, como Jerry – que realmente tinha morrido e ido para o céu – e os irmãos de Dagmar, Becky e Cloyd. Porém, a participação dos dois últimos é pouca e rápida, quase desnecessária. Também temos a aparição da cidade onde Bean conheceu a tecnologia e a ciência, mas é mal desenvolvido e corrido – eles aparecem e somem.

Gostei muito do amadurecimento que o rei Zøg teve – achei um ponto positivo da série. Toda sua jornada desde a fuga do hospício onde foi deixado, suas quase mortes e seu momento de autoconhecimento no mosteiro, contribuíram para que ele crescesse e entendesse melhor o papel de pai e rei. Mesmo que a série leve isso com humor, podemos perceber a evolução do personagem, principalmente na busca e reencontro do amor.



Outro ponto positivo foi a solução de dúvidas que carregávamos desde a primeira temporada, como a origem de Elfo, o que são os Trøgs, qual a relação dos elfos com a Terra dos Sonhos e o que acontece com quem afunda no oceano – o que é nojento e estranho.

Mas, de tudo, o mais decepcionante foi o modo como retrataram a Bean – seus pensamentos, medos, sentimentos e poderes. Sim, a rainha Tiabeanie é poderosa, mas sabemos pouco sobre. Isso foi um assunto pobremente retratado na temporada, mas que esperamos compensarem na próxima.

A dublagem novamente não decepcionou. Utilizaram de memes e expressões bem brasileiras, que deixaram as piadas ainda mais engraçadas e de fácil entendimento – sempre repletas de muita ironia.

O último episódio é aberto, o que dá margem para uma próxima temporada, que ainda não foi confirmada pela Netflix. A decisão sobre a 5ª temporada de (Des)encanto deve ser tomada nos próximos dias, então fiquemos de olho nas redes sociais.

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