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23/02/2022 às 15h55min - Atualizada em 20/02/2022 às 16h04min

Sedentarismo | É importante deixar a preguiça e se movimentar

Jovens têm reconhecido o valor dos exercícios físicos para uma melhor qualidade de vida, principalmente pós danos causados pela covid-19

Giovanna Macedo - Revisado por Jéssica Meira
Jovens sedentários procuram atividades físicas para uma melhor qualidade de vida. (Foto: Reprodução / Unsplash).
Na sociedade, os jovens são vistos como preguiçosos por dormirem além do horário e apenas ficarem trocando mensagens no celular. Com o isolamento na pandemia, a juventude ficou ainda mais propícia ao sedentarismo, fator que traz riscos à saúde e à qualidade de vida. Graças ao isolamento e a Covid-19, a população jovem está se conscientizando sobre a importância de inserir a prática de exercícios físicos em sua rotina.

Realizar exercícios físicos é um desafio aos jovens de 15 a 29 anos no Brasil, segundo o Estatuto da Juventude, mas necessário para evitar um futuro repleto de doenças associadas ao sedentarismo como, diabetes, obesidade e hipertensão. Além disso, a prática regular de exercícios é fundamental à saúde mental e fortalece o sistema imune, importante para enfrentar a pandemia ainda presente.

Quarentenados, os que antes se movimentavam apenas no caminho de casa ao curso ou trabalho, viram-se totalmente sedentários. Porém, alguns encontraram na pandemia a oportunidade para adquirir um novo hábito ou apenas fazê-lo crescer ainda mais. Assim foi com Letícia Nogueira: “Pratico exercícios há pelo menos quatro anos. Amo dança e ioga (porque me acalma muito), mas também gosto muito dos exercícios que ajudam no ganho de massa muscular”. Mesmo no isolamento, a jovem Analista assistente superior de Comunicação, de 26 anos, encontrou uma alternativa, à academia, até que voltasse às atividades presenciais: “Desde o começo da pandemia eu passei a treinar só em casa, mas há algumas semanas me matriculei em uma academia e agora estou fazendo lá a maior parte do treino. Em casa eu faço apenas ioga antes de dormir ou treino quando não consigo ir à academia”.


Um dos principais motivos que levam jovens à prática de atividades físicas é a insatisfação com o corpo, como foi para Letícia. No entanto, o Personal Trainer Robson Oliveira, proprietário do R8 FIT STUDIO, localizado em Jandira-SP, diz que a visão do público jovem também está voltada à saúde: “Hoje os jovens procuram atividade física com objetivo de cuidar da saúde e condicionamento físico, isso tudo devido aos novos hábitos que tivemos a partir da Covid-19.”

Denilson Santos, filmmaker de 26 anos, inseriu atividades físicas na rotina devido à preocupação com a qualidade de vida. “Pratico há dois anos mais por questão de saúde mesmo. Fiz uns exames e tive que correr atrás do prejuízo.”, diz Denilson.
Aqueles que se encontraram infectados pelo covid viram na prática de exercícios a salvação. Letícia acredita que por se movimentar regularmente, o vírus teve menos força em seu corpo: “Pelo que eu sei, muita gente que contraiu Covid-19 e já praticava exercícios conseguiu, de certa forma, lidar melhor com o vírus. Claro que há exceções, mas eu, inclusive, fui uma dessas pessoas que quando contraiu a doença, não teve muitos sintomas.” Um estudo realizado por diversas universidades brasileiras, como USP, confirmam a fala de Letícia; segundo a análise, realizar 150 minutos semanais de atividade física de intensidade moderada ou 75 minutos de atividades intensas reduz o risco de internação hospitalar pela Covid-19 em 34,3%.

Médicos e educadores físicos garantem que a prática de exercícios é um ótimo remédio para os que foram afetados pelas sequelas do vírus.“Atividades Cardiorrespiratórias são importantes pós-covid, já que exigem mais oxigenação e dessa forma exercitam mais o pulmão.”, orienta o Personal Trainer Robson.
Benefícios da prática regular de atividade física vão de bem-estar, prevenção de doenças e qualidade de vida, até modulação da saúde mental. O periódico científico JAMA Pediatrics concluiu que, após o início da pandemia, sintomas de ansiedade e depressão dobraram entre os jovens. Segundo Maria Dilma Alves, psiquiatra, as atividades físicas aumentam a liberação dos neurotransmissores ligados ao humor, a serotonina e endorfina, importantes para aliviar ansiedade e sintomas depressivos.

Apesar da conscientização dos diversos benefícios em manter o corpo em movimento, os jovens encontram algumas dificuldades em manter esse hábito saudável. Denilson e Letícia apontam um dos motivos mais comuns: “O que impede muita gente de treinar é a preguiça ou talvez até o ceticismo de que vai mudar algo na sua aparência por conta dos seus hábitos alimentares.”, afirma Letícia. A condição financeira também está entre os empecilhos “pois é muito caro pagar uma academia e ainda ver uma nutricionista para cuidar da saúde”, confessa Denilson.


Além de preguiça e dificuldades financeiras, o tempo dos jovens que transitam entre faculdade e trabalho também é algo a se considerar. Tatieny dos Santos, 21, cursa Nutrição enquanto trabalha em uma empresa de Telemarketing. A futura nutricionista começou a praticar atividade física em agosto de 2021, porém teve que sair em janeiro de 2022 por não conseguir conciliar academia, estágio e estudos. “Iniciei porque eu precisava ter uma qualidade de vida maior e algo que ocupasse a minha mente. Pretendo voltar, porque é algo que me faz muito bem.”, afirma a estudante.

Aqueles que pretendem iniciar o hábito de movimentar-se diariamente, devem se atentar à alguns cuidados. Robson afirma que os jovens precisam respeitar a individualidade biológica: “Cada um deve ter seu tipo de treino e para isso seu personal deve avaliar antes”. Aconselha-se que, antes de praticar exercícios, deve-se passar por especialistas como médicos e nutricionistas “para ver se tem alguma restrição e alinhar a alimentação, além de toda atividade ser acompanhada por um profissional”, informa o personal trainer.  

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