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03/03/2022 às 23h26min - Atualizada em 03/03/2022 às 23h26min

Durag: muito mais do que uma simples moda

Durag não é um simples acessório ou tendência do momento. Esse item carrega um valor histórico e ancestral

Gabriella Lima - Editado por Beatriz Seguchi
Foto: Reprodução/Instagram (@tugbrasil)

Você sabe o que é uma bandana, né?! E já viu pessoas utilizando para compor seus looks. Muitas vezes é a peça chave para a sua composição. Mas você sabe o que é uma durag? Qual a sua origem e sua representatividade? Se nunca ouviu falar ou acha que esses dois itens são a mesma coisa, vou te contar o valor importante desta peça. 
 

Bandana x Durag 

A bandana se originou pelos cowboys, no Velho Oeste, localizado nos Estados Unidos, para proteger o rosto do suor e do vento. Mas em 1920, quando o estilista Paul Poiret, utilizou essa peça como acessório virou uma febre.

Em 1940, as mulheres passaram a usá-la como item de segurança para os cabelos nos trabalhos em fábricas. Mas na década de 1970, a bandana se popularizou mesmo, principalmente pelo movimento hippie que era muito forte na época.

Um breve resumo de como a bandana surgiu, qual era a sua funcionalidade até chegar nos dias atuais. Hoje é um acessório chave para as produções e são utilizadas de várias formas, como usar no cabelo, no pescoço, no braço, em bolsas e dentre outras formas. 

 


A durag se originou no século XIX por homens e mulheres afro-americanos escravizados como forma de proteção contra o sol, insetos e dentre outras coisas durante o trabalho. 

Em 1930, durante o Renascimento do Harlem, bairro localizado em Manhattan, Nova Iorque - e a Grande Depressão. Nesse ano, a durag era usada para preservar os penteados.E ao final dos anos 60, com o movimento Black Power, a durag se tornou um adorno da moda e símbolo importante de resistência  para a comunidade afro-americano na época.

Nos Estados Unidos, a durag era proibida e era visto como criminalizado em algumas escolas, os argumentos eram que esse item servia como identificação de gangues. 

 

 


Popularidade

Nos anos 90, dentro da comunidade preta, o acessório perdeu a popularidade, porém continuou em destaque para a outra parcela. Vimos muitas celebridades utilizando e mantendo a representação do adorno.

Principalmente os rappers usavam muito e, posteriormente atletas e demais celebridades usavam como, 50Cent, Snoop Dogg, Jay-Z, Solange Knowles, Rihanna, entre outros. 

Atualmente, esse acessório está presente em revistas, eventos, desfiles de moda e premiações. Rihanna usava e abusava dessa peça, e uma de suas aparições famosas foi em 2014, do Conselho de Designers de Moda da América.

Um dos momentos ícones do evento Met Gala em 2018, foi proporcionado pela cantora Solange Knowles. O tema na época era “ Corpos Celestiais: Moda e a Imaginação Católica”, utilizando duas peças chaves, a auréola personalizado junto com a durag e a cauda ou veio que estava escrito “My God Wears a Durag” traduzido “ Meu Deus veste um durag”. 

 

 


 E aqui no Brasil, artistas como a dançarina Brunna Gonçalves, Mano Brown, Emicida e Mc Soffia entre outros utilizam para reforçar a ancestralidade que essa peça tem de valor para a comunidade preta. 

Ao longo do texto foi mostrado as diferenças de cada acessório e qual sua originalidade. A partir do momento de entendimento, devem ter cuidado ao utilizar uma peça só para a estética. A durag não é um simples ou qualquer item, há uma cultura por trás que deve respeito, pois é considerado apropriação cultural. 

 


A durag é elemento simbólico, representativo, ancestral que resgata o protagonismo do seu povo originário. Antes de querer usar só para “compor seu look” lembre-se de entender o valor dessa peça. 

 

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