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03/03/2022 às 19h45min - Atualizada em 26/02/2022 às 16h56min

LFW: os desfiles que mais se destacaram nesta temporada

Uma análise resumida das coleções que mais se destacaram durante a temporada de Outono/Inverno 2022 da London Fashion Week

Maria Eduarda Soldera - Editado por Flávia Pereira
Foto: 16 Arlington | Reprodução/Instagram (@16arlington)

A temporada de Outono/Inverno 2022 da London Fashion Week veio recheada de novidades e marcas que amamos. Entre os dias 18 e 22 de fevereiro pudemos acompanhar as últimas novidades de marcas como Richard Quinn, Vivienne Westwood, Nensi Dojaka e Raf Simons. Londres tem grande importância para o mercado da moda internacional e também é reconhecida por seus designers criativos e inovadores. As apresentações desse temporada foram um verdadeiro show, com desde Harris Reed exaltando a cultura queer com uma coleção digna de realeza, até 16 Arlington onde Marco Capaldo homenageou Frederica, sua parceira na marca e na vida, que veio a falecer no ano passado. Confira abaixo as análises dos principais desfiles dessa temporada:

 

Harris Reed
 

Com direito a uma performance de Sam Smith, Harris Reed apresentou sua segunda coleção na semana de moda de Londres. Intitulada “60 Years a Queen” a coleção se inspira na realeza da Era Vitoriana, fazendo uma releitura dos códigos da aristocracia para criar a própria realeza da cultura queer. “Adoro como a cultura gay assumiu essa fabulosidade real” explicou o designer para Vogue. Para a temporada de Outono/Inverno 2022 Reed focou em roupas de festa e em alfaiataria (um alfaiate treinado pela Savile Row o ajudou com a alfaiataria dessa temporada). Além disso, toda coleção foi feita com tecidos reaproveitados da marca de estofados italianos Bussandri.


 

Richard Quinn
 

Richard Quinn se inspirou na Era de Ouro da Alta-Costura, fazendo referência ao clássico estilo francês dos anos 50 e 60, usando elementos característicos do DNA da marca, como as estampas florais e o látex. Para Quinn quanto mais extravagante melhor, e as silhuetas volumosas, chapéus que cobriam os rostos das modelos, cores fortes, enormes estampas, cristais e penas presentes nessa temporada provaram isso. Quando perguntado sobre as grandes silhuetas e os corpos revestidos de látex, o designer afirmou que é uma maneira de proteção, a moda como uma armadura, o equilíbrio entre o escuro e o belo. Desde Violet Chacki vestida de dominatrix até Lila Moss com um mini vestido de noiva, Richard Quinn entregou um verdadeiro espetáculo de moda.


 

Nensi Dojaka
 

Nensi Dojaka, atual vencedora do Prêmio LVMH, apresentou uma coleção que exala sensualidade e confiança. Nessa temporada a sensualidade característica da marca foi estendida a corpos não magros pela primeira vez nas passarelas. Transparências e recortes estiveram presentes nas peças, assim como o tule, que já se tornou parte da sua assinatura. Nensi também apostou em peças de alfaiataria e novos materiais como o couro, veludo e tecidos acolchoados. Com uma coleção sólida e bem feita, Nensi Dojaka mostra que está decidida a estabelecer sua identidade no mercado, e não ser apenas passageira.


 

Simone Rocha
 

A designer, natural de Dublin, se inspirou para a temporada de Outono/Inverno 2022 em um conto Irlandês chamado “Os filhos de Lir”. Na história, a madrasta transforma os quatro filhos e filhos de um rei irlandês em cisnes durante novecentos anos e, quando finalmente voltam à sua forma humana, eles morrem. A inspiração do conto fica evidente nos vestidos transparentes com bordados de cisnes, nas balaclavas com bordados de cristal (que podem representar a aparência de metade humana e metade pássaro) e nos babados que simulam asas. Os destaques da coleção são os casacos e saias volumosas, vestidos transparentes e as jaquetas de couro com aplicações de babados.


 

16 Arlington
 

Marco Capaldo homenageou Frederica Cavenati, co-fundadora e diretora criativa da marca que veio a falecer no ano passado, com uma coleção sensível, leve e ousada. A paleta escolhida foi de tons frios e lavados, que combinou muito bem com as peças em alfaiataria e em couro, casacos de veludo e vestidos de lantejoulas – mantendo o DNA festivo da marca. A coleção foi intitulada “Tears”, fazendo referência às lágrimas do luto, que na coleção foram representadas por bordados de cristais inseridos de forma delicada nas peças. Apesar de toda sua tristeza, Capaldo conseguiu criar uma coleção linda, emocionante e delicada.



 

 

Raf Simons 
 

Intitulada “The G(h)osts Will Let You Soon”, a coleção desta temporada de Raf Simons foi apresentada em uma sala com cadeiras vazias, com um cenário que lembra uma casa abandonada e ao som de uma trilha sonora sombria, criando uma atmosfera fantasmagórica para o desfile. A coleção contou com peças em vinil, blazers oversized, capas, jaquetas bomber, chapéus que deixam apenas os olhos de fora e silhuetas mais alongadas e fluidas – esses dois últimos acabam lembrando as características dos fantasmas de brincadeiras infantis. Os destaques da coleção foram as bolsas em cetim brilhante e o Trompe L’oeil (técnica artística que utiliza truques de perspectiva para causar uma ilusão de ótica) que foi usado nas estampas para recriar nervuras dos tecidos e braços que saem da peça carregando flores. Raf intrigou e tirou o fôlego de seus admiradores com uma coleção enigmática e muito bem executada.


 

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