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30/03/2022 às 10h18min - Atualizada em 30/03/2022 às 10h18min

Gritando por representatividade, movimentos negros usam moda como manifesto revolucionário

Natasha Miranda - Editado por Larissa Barros
Reprodução/ Instagram / @milelab
 Apesar da população brasileira ser 54% negra, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quando o assunto é representatividade, seja na moda ou em outras áreas, o cenário muda, e se apresenta majoritariamente branco. No entanto, as passarelas ainda gritam por diversidade, e a moda é usada por movimentos negros como um manifesto político e revolucionário.
 
Por muitos anos, os perfis mais estampados em revistas e passarelas eram de pessoas brancas, magras e de cabelos lisos. A realidade não difere muito quando se trata de oportunidades para atuar na área. 
 
Sendo também um meio para revoluções sociais, a moda pode ser usada como uma forma de evidenciar essas questões e consequentemente, mudar o cenário frente a isto. Foi o que a Mile Lab mostrou na 52ª São Paulo Fashion Week (SPFW).
 
Fundada em 2018, por Milena do Nascimento Lima, a marca negra e periférica desfilou no Dia da Consciência Negra, em 2021. Na passarela, ela trouxe história e reflexões após seu desfile-protesto.
 
A marca desfilou com 90% dos modelos periféricos, ao som do ritmo funk e com muito passinho. A apresentação abordou a inclusão da periferia no mundo da moda, quais são os suportes dados para o povo preto, pobre e marginalizado, e quais são os amparos para a permanência deles num ambiente elitizado e em maioria branca.
 
Para conseguir desfilar na SPFW, a Mile Lab participou do projeto Sankofa, uma iniciativa do movimento Pretos na Moda e da startup de inovação social Vetor Afro Indígena na Moda (VAMO). Ao todo, o projeto contemplou oito marcas para desfilar na 52ª edição.

 De acordo com a SPFW, ao longo de três anos, o projeto que ajuda marcas de  microempreendedores negros terá  apoio e acompanhamento de advogados, publicitários, contadores e psicólogos, além de uma marca veterana do SPFW que servirá como madrinha. 
 
Lutando por diversidade no mundo da moda, o projeto Beleza Negra, criado pela Produtora Dai Schmidt, iniciou em 2012 como forma de protesto contra a falta de modelos negros no Capital Fashion Week, em Brasília.
 
A partir da repercussão deste manifesto, o projeto resolveu fazer um desfile com o intuito de reverenciar a beleza negra e dar espaços a essas pessoas dentro dessa indústria.
 
O racismo enraizado da sociedade perpetua em todas as esferas. É possível notar em vitrines de lojas, capas de revistas e passarelas a grande diferença entre os números de pessoas brancas e negras nesses ambientes.
 
Por isso, não somente a moda, mas sim, como todas as outras áreas também podem e devem atuar contra esse preconceito, para que assim, essa estrutura possa de fato ser mudada através de ações efetivas.

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