No final de 2021, onde perdurava a temporada de inverno no hemisfério norte, podemos perceber a crescente popularização de uma tendência de moda chamada: balaclava.
A balaclava teve seu surgimento no cenário de batalha em 1854, durante a Guerra da Crimeia com o objetivo de proteger seus soldados às baixas temperaturas das quais teriam de ser suportadas. Além disso, o seu primeiro uso na indústria da moda foi em uma coleção de Fall Winter em 2018 pela marca de luxo, Gucci.
Com a intensa popularização e adesão do item às coleções, celebridades influentes passaram a utilizar a peça protagonizando momentos inesquecíveis. Um dos momentos mais significativos foi quando, no MET Gala de 2021, a influencer e empresária Kim Kardashian, apareceu usando uma balaclava da qual cobria todo o seu rosto com um look assinado pela grife de streetwear Balenciaga pela direção criativa do Demna Gvasalia.
Outro momento da qual podemos destacar foi quando o rapper Kanye West utilizou do acessório para ir ao desfile também da Balenciaga na semana de Alta-Costura em Paris cobrindo todo o rosto.
Portanto, arriscando trazer o item para a conjuntura do Brasil, é possível perceber que se trata de uma tendência cercada de muita polêmica. Primeiramente, ao se referir a um território tão vasto como o brasileiro, é notadamente provável que não seja um acessório de fácil utilização se tratando de um país predominantemente tropical.
Além disso, o Brasil é um país culturalmente preconceituoso que carrega consigo através das gerações um racismo estrutural enraizado onde muitas pessoas poderiam ser confundidas e estereotipadas como criminosas. Tal fator ganhou muita visibilidade nas redes sociais o que trás uma questão importante e recorrente a ser debatida, informando às pessoas que são desconhecedoras sobre a existência do privilégio branco em todos os âmbitos da nossa sociedade.