O ano era 2007 e Avril Lavigne chegava ao topo das paradas com o seu terceiro álbum de estúdio, o The Best Damn Thing, disco que marcou oficialmente a sua transição do gênero alternativo para o pop punk. A cantora canadense mudou completamente sua imagem e chegou até a virar alvo de teorias pela internet de que havia morrido e sido substituída após o lançamento do álbum.
Avril havia lançado em 2004 o álbum Under My Skin que trazia uma estética sóbria, letras melódicas e reflexivas. Em 17 de abril de 2007 a cantora ressurge com o The Best Damn Thing, composto por 12 canções no estilo pop punk. O álbum ficou marcado por músicas animadas, enérgicas e deixando de lado o cunho autobiográfico que marcaram seus dois primeiros álbuns.
A série de mudanças que ela tomou no álbum surpreendeu o público. E não somente pela mudança da produção musical, mas também por conta das diferentes formas de vocais utilizadas. Além disso, a aposta e a estética alegre trouxeram uma personalidade mais colorida à personalidade da cantora. Isso tudo é resultado do trabalho de Avril como produtora executiva e diretora do projeto fonográfico. A cantora também teve a colaboração de produtores de muito sucesso na cultura pop, o que fez de The Best Damn Thing seu maior álbum comercial.
O sucesso de Girlfriend
O Primeiro single do disco, é considerado o maior hit da carreira de Avril, chegando ao #1 na Billboard na Austrália, Canadá, Japão e Estados Unidos. Girlfriend foi um sucesso global, sendo a música mais vendida em todo mundo em 2007. O seu videoclipe alcançou recorde no YouTube, tornando-se o vídeo mais assistido de todos os tempos em julho de 2008, com mais de 100 milhões de views.
O single foi escrito por Avril Lavigne e Lukasz "Dr. Luke" Gottwald. Na canção, ela fala sobre querer ser a nova namorada de alguém, que já tem uma namorada. Com estilo bem voltado para o pop, ela traz uma pegada possessiva, diga-se de passagem.
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A música Girlfriend ganhou muitos prêmios, entre eles: “melhor música pop do ano” no MTV Video Music Awards Latin America; “melhor música” no MTV Europe Music Awards; “melhor videoclipe” e “melhor música para karaokê ” no MTV Awards Japan; “melhor remix” no MTV Asia Awards 2008 e “melhor canção internacional” e “videoclipe mais assistido” na edição de 2007 do Much Music Awards.
As outras músicas
O segundo single When You're Gone, retorna as origens de Avril e traz uma pegada mais melancólica e triste. A música alcançou o número 4 no Hot 100 europeu, estava perto de alcançar o top 20 na Billboard Hot 100 dos EUA e chegou a 20ª posição em mais de 13 países.
Hot foi o terceiro single, escrito pela própria Lavigne e Evan Taubenfeld, que mostrava Lavigne em sua forma mais reveladora.
The Best Damn Thing, produzida por Butch Walker, a música segue a vibe de Girlfriend e tem uma forte vibe pop-punk misturada com o tema teen-cheerleader.
Keep Holding On, trilha sonora do filme Eragon (2006), chegou ao número de 17 da Hot 100 da Billboard.
I Can Do Better trata de uma forma raivosa o processo de superação após um término de uma relação. Em Runaway temos um vislumbre da antiga Avril, mas é algo passageiro: ela canta sobre ter acordado com o pé esquerdo, mas quer esquecer isso e fugir.
Everything Back But You traz uma pegada pop punk bem da nova era.
Innocence, uma nova mostra da velha Avril – que ainda respira com ajuda de aparelhos. One of Those Girls e Contagious voltam na vibe anterior.
O desempenho de The Best Damn Thing
O álbum estreou no topo das paradas da Billboard nos países da Áustria, Canadá e Estados Unidos. De acordo com o IFPI (International Federation of the Phonographic Industry - em portugues: Federação Internacional da Indústria Fonográfica), The Best Damn Thing foi o 4 álbum mais vendido em todo o mundo e o álbum mais vendido da Sony BMG em 2007. O disco vendeu mais de 1,7 milhão cópias nos Estados Unidos e 8 milhões em todo o mundo.
The Best Damn Thing tem seus altos e baixos, mas ainda consegue ser um grande sucesso da carreira de Avril Lavigne, que mostrou de uma maneira ousada, otimista e pretensiosa uma nova faceta da cantora. Esse disco quebrou sua antiga imagem de forma bem abrupta, o que repercutiu – e repercute – na recepção de seus trabalhos.