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04/07/2019 às 21h29min - Atualizada em 04/07/2019 às 21h29min

Estudo de coautoria brasileira apresenta opção para prevenção da tuberculose entre pessoas com HIV

Com um risco de contrair tuberculose até 27 vezes maior que da população geral, a tuberculose é a principal causa de morte entre as pessoas infectadas pelo HIV

Caio Costa - Editado por Thalia Oliveira
Reprodução (Google)
Foi publicado no início deste mês na revista científica The New England Journal of Medicine (NEJM), um estudo que tem como coautor o brasileiro Rodrigo Escada, pesquisador do Laboratório de Pesquisa Clínica em DST e Aids no Rio de Janeiro, que apresenta uma opção mais viável para o tratamento da Infecção Latente por Tuberculose, quando o indivíduo está infectado, porém não demonstra sintomas da doença.

Caso os próximos estudos desenvolvidos, confirmem a eficácia do método, os pacientes passarão por tratamento em um período de um mês ao invés de nove, sendo medicados com isoniazida (INH), como atualmente recomendado pela Organizacao Mundial de Saúde - OMS.

Conduzido no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) e em outros 44 centros de 10 países da África, Ásia, Américas e Caribe, que acompanham três mil voluntários com infecção pelo HIV. Os participantes do estudo foram distribuídos de forma aleatória para receberem Rifapentina e INH por quatro semanas ou INH por nove meses e foram monitorados, posteriormente ao longo de três anos e três meses, em média, de acordo com informações divulgadas pela Fiocruz. “Os pacientes do grupo que usaram o tratamento de curta duração apresentaram menos eventos adversos e uma adesão significativamente maior, de 97% contra 90% no grupo que recebeu INH por 9 meses”, explica o pesquisador para o portal do instituto.

Rodrigo Escada ainda afirma que, em 2017, menos de 5% das pessoas convivendo com HIV no mundo fizeram o tratamento da Infecção Latente. A descrença na eficiência do tratamento, o receio da falta de adesão e da toxicidade são as principais causas do baixo índice de prescrição do tratamento de ILTB pelos médicos. O pesquisador acredita que o ideal seria a adoção do tratamento da Infecção Latente desde o momento do diagnóstico da infecção pelo HIV, se possível.

Segundo agência da Fiocruz, o estudo ainda está em fase de testes e desenvolvimento, ainda não incluindo gestantes, mulheres em amamentação e crianças menores de 13 anos e pessoas sem infecção pelo HIV entre os voluntários para avaliação, se estes grupos reagem melhor ao tratamento curto de ILTB do que ao mais longo estabelecido atualmente.

De acordo com levantamento da OMS, a tuberculose é a principal causa de morte entre as pessoas infectadas pelo HIV mundialmente. Apesar de uma redução de 42% na taxa de mortes nos últimos anos (de 520 mil em 2010 para 300 mil em 2017), a descoberta pode ajudar no futuro a facilitar o combate à tuberculose entre pessoas soropositivas, que o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) estabelece uma meta atual de 75% na redução da incidência de mortes até 2020, ainda distante de ser alcançada.
 
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