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13/06/2022 às 19h26min - Atualizada em 13/06/2022 às 18h40min

O impacto da revolução dos streamings no consumo de entretenimento

Novos formatos de produções são criadas na guerras entre plataformas

Beatriz Costa Rodriguez - editado por Larissa Nunes
Ilustração de um catálogo de streaming. (Foto: Reprodução / Site Conecta Já).

No início dos anos 2000 se você quisesse assistir um filme ou série, você precisava ir até uma locadora alugar um DVD ou ir ao cinema, mas em 2010 a indústria do audiovisual se transformou com a chegada da Netflix, o primeiro streaming lançado que revolucionou a forma como o público consumia entretenimento.  

 

 A popularização dos serviços de streamings, traz consigo novas possibilidades de produção e consumo. Com mais liberdade e a autonomia, as plataformas podem fazer lançamentos no formato bingue- watching ou até lançamentos semanais.

 

Binge-Watching 

 

A Netflix quebrou o padrão televisivo de lançamentos semanais, por ser um serviço on demand que está disponível o tempo todo, a plataforma introduziu o binge watching, que é o ato de assistir vários episódios em sequência. Logo, esse formato de consumo é fruto de uma das estratégias da empresa, que disponibiliza todos os episódios de uma série de uma vez para atrair e prender atenção dos assinantes.

 

O binge watching impacta desde o roteiro até no modo de produção de uma série. As novelas e seriados exibidos semanalmente na TV se caracterizam por usar no final de cada capítulo o cliffhanger, terminando de uma forma que vai atrair curiosidade para o próximo. Mas no streaming, o novo formato permite que os roteiristas consigam desenvolver a história sem pressão de precisar criar expectativa para a semana seguinte. É como se uma temporada fosse um “filme de 10 horas", chamado filler.

 

Lançamentos Semanais

 

 

Em tempos de guerras entre serviços de streaming, cada empresa tem que elaborar novas estratégias para ganhar o público. Segundo o estudo da Ampere Analysis, a tendência de lançar uma temporada completa pode está diminuindo. Como é o exemplo do Disney+, que em seu lançamento tinha apenas 10% do tamanho do catálogo da Netflix; a estratégia da empresa foi distribuir episódios semanais para assim criar assim uma discussão prolongada e um maior hype em cima das novas séries.

 

Um cronograma semanal faz com o serviço consiga manter seus assinantes por mais tempo, é o que mostra o estudo da Ampere Analysis. No caso da Disney, eles lançaram episódios de novas séries da Marvel  ao longo de 34 semanas em 2021. Um fã da franquia desesperado para evitar spoilers da trama precisaria permanecer inscrito por muito mais tempo do que se o Disney+ tivesse lançado Gavião Arqueiro, Loki, WandaVision e Falcão e o Soldado Invernal como temporadas completas.

 

Novelas nos Streamings 


Com a crescente alta de assinantes nos streamings, em vez de tentar lutar contra seu maior inimigo, a saída das emissoras brasileiras foi se juntar ao streaming. O Globoplay é um grande exemplo disso que como maior canal da TV aberta, investiu em seu próprio serviço on demand.

 

Em outubro de 2021, o Globoplay lançou sua primeira novela exclusivamente na nova plataforma, a Verdades Secretas 2. Erick Brêtas, diretor de Produtos Digitais e Canais Pagos da Globo, em comunicado enviado à imprensa em maio deste ano diz que "a ideia é lançar uma novela por ano no Globoplay, contando com a expertise de criação e produção dos Estúdios Globo. As novelas são, indiscutivelmente, uma paixão nacional do nosso público, que encontra no streaming uma nova experiência de consumo." 

 

A plataforma já está investindo em futuras novelas para 2023, como "Todas as Flores" escrita por João Emanuel Carneiro e para 2024, "Guerreiros do Sol" escrita por George Moura e Sergio Golderberg, que vai ser uma releitura da história de Lampião e Maria Bonita. A HBO Max também tem planos para lançar sua primeira novela original no ano que vem, a chamada "Segundas intenções".
 

O  streaming se consolidou como uma dinastia do entretenimento, a grande revolução provocada é que não há padrão exclusivo de produção e distribuição, as plataformas estão sempre em constante transformação de acordo com cada tática delas. E as novas tendências vão surgindo, mas quem tem o poder da decisão final, se vai assistir no formato binge-watching ou acompanhar os episódios semanais, é o telespectador.


 

 

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