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05/07/2019 às 11h51min - Atualizada em 05/07/2019 às 11h51min

Steve o fenômeno misterioso que pinta o céu de violeta e verde

Diferente da tradicional aurora boreal, Steve produz um espetáculo de luz violeta e verde

Isabelle Miranda - Editado por Thalia Oliveira
Divulgação

O fenômeno celeste Strong Thermal Emission Velocity, mais conhecido como Steve, tem intrigado os pesquisados nas últimas décadas. Ele é causado, por uma combinação do aquecimento de partículas carregadas na atmosfera e elétrons energéticos, como aqueles que alimentam uma aurora, afirma a pesquisa. O feixe de luz violeta que corta os céus já era observado há muito tempo, mas só entrou na literatura científica após seu rastreamento, em 2016.

Comparado com as auroras, que tendem a brilhar em faixas largas de luz verde, azul ou avermelhada, Steve é relativamente fino e aparece como uma única fita de luz branca/arroxeada, às vezes apresenta também uma faixa de luz verde. O fenômeno parece se esticar direto para o céu noturno, que pode abranger mais de 600 mil quilômetros.

Funcionamento

Há cerca de 40 anos, pesquisadores tem o estudado, por meio dos satélites da Agência Espacial Europeia (ESA). Esse estudo constatou que o fenômeno se trata de uma corrente de gás que flui em grande velocidade nas partes mais elevadas da atmosfera terrestre. A presença de Steve, ajuda os cientistas a entenderem grande parte da interação entre o campo magnético da Terra e as partículas de radiação solar.

Os Steves se formam em regiões onde há um campo elétrico que aponta para o polo e um campo magnético que aponta para baixo. Os dois juntos, criam a emissão orientada para oeste. Assim, o fluxo na ionosfera terrestre atrai as partículas solares carregadas para oeste, que atingem e aquecem partículas neutras durante o caminho, produzindo as luzes.

Steve é o primeiro indicador visível de tal “movimentação” de partículas carregadas, que os pesquisadores investigam via satélite. Como o fenômeno estava acontecendo fora do intervalo geográfico usual de auroras frequentes, os cidadãos desempenharam um papel valioso em sua compreensão. É difícil obter uma visão geral das auroras com nossos satélites atuais, porque eles não podem ver todo um hemisfério ao mesmo tempo ou observar cada ponto com bastante frequência enquanto orbitam na Terra uma vez a cada 90 minutos, a fim de rastrear como elas evoluem em curto prazo. As pessoas no chão podem fornecer uma visão mais matizada. “À medida que as câmeras comerciais se tornam mais sensíveis e o entusiasmo do público com a aurora cresce e se espalha via mídia social, os cidadãos podem atuar como uma rede de sensores moveis e somos gratos a eles por nos darem dados para analisar”, afirma Toshi Nishimura, principal autor do novo estudo.

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