Com o objetivo de promover a cultura negra local e gerar renda para essa população através da sua história, religião, gastronomia e outras experiências como a visita a quilombos e comunidades, o afroturismo tem ganhando cada vez mais espaço não apenas no Brasil, mas em várias partes do mundo.
O turismo étnico ou afroturismo é uma vertente do turismo cultural e valoriza o patrimônio material e imaterial de um grupo étnico, nesse caso, a história negra. Mas se engana quem pensa que essa prática se destina apenas às pessoas pretas, pois qualquer indivíduo que quiser conhecer um pouco mais sobre a sua origem, visto que grande parte dos brasileiros possuem ascendência africana, é bem vindo.
Depois da África, o Brasil é o segundo país do mundo com a maior população negra, ficando atrás apenas da Nigéria e essa coletividade não se sentia representada, culturalmente falando. Com a chegada do afroturismo tal realidade vem mudando, a partir do momento em que parte da sociedade preta (artesãos, produtores culturais, agentes de viagens, guias de turismo e comerciantes), conseguem fortalecer a sua identidade cultural, através do trabalho.
De acordo com o artigo publicado em novembro de 2021 por Solange Barbosa, Especialista em Afroturismo, Historiadora, CEO da Rota da Liberdade – Programa Cultural e Turístico de Mapeamento da Diáspora Africana na RM Vale do Paraíba – SP, e publicado na Plataforma WTM Global Hub, o ano de 2018 foi marcado como o ano da emergência do Afroturismo. Porém, esta vertente turística não nasceu neste período, e sim em 2006, quando foi lançado na cidade de Sorocaba o Programa Cultural e Turístico Rota da Liberdade, que consiste em 8 roteiros em 18 cidades da Região Metropolitana do Vale do Paraíba.
Partindo desse princípio de valorização da identidade preta, ampliar
os espaços afroturísticos, é combater o racismo e promover a inclusão. A partir do momento em que temos um guia de turismo preto, nos contando a história de uma pessoa preta por trás da construção de algum monumento, esses relatos são um resgate histórico e que dificilmente seriam tratados com tanta relevância, se fossem descritos sob uma ótica de branquitude.
Os locais que reproduzem a história negra, não estão apenas nos monumentos oficiais, mas na realidade, se encontram espalhados por nossas cidades e daí a importância de dar o devido protagonismo a essa negritude. É preciso entender que o afroturismo é muito mais que uma linha do turismo cultural, pois representa um espaço de luta contra o apagamento histórico sofrido pela população negra, que sempre teve a sua memória reproduzida pelo ponto de vista europeu.
O Museu Cafuá das Mercês, ou Museu Negro, está localizado em São Luís, no Maranhão.
(Foto: Reprodução / Google)
Memorial Parque Quilombo dos Palmares, em Alagoas. (Foto: Reprodução / Uol UNIVERSA)
Pelourinho, bairro localizado no Centro Histórico de Salvador. (Foto: Reprodução / TripAdvisor)