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22/07/2022 às 13h24min - Atualizada em 22/07/2022 às 13h06min

Brazilian’s BombShell: revolução nas passarelas ou manutenção dos padrões de corpo?

Final dos anos 90 e começo dos anos 2000 foram marcados pelas modelos brasileiras e uma promessa de mudança nos corpos

Isadora Ribeiro
Montagem feita por Isadora Ribeiro.

Os padrões de corpos no mundo da moda nos anos 90 causaram polêmicos. A época marcada por corpos extremamente magros e o uso explícito de drogas, se encerrou com a morte precoce do fotógrafo Davide Sorrenti, 21 anos. A morte de Sorrenti chocou o mundo e iniciou um debate acerca da glamourização das drogas e da extrema magreza.

Na época, o então presidente dos Estados Unidos,
Bill Clinton se posicionou e afirmou que “glamourizar o vício para vender roupa não é bom para nenhuma sociedade”. Após o episódio, abriu-se um espaço para o surgimento de novas modelos no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, como as Brazilian’s BombShell.


O nome faz referência a atriz e cantora brasileira Carmem Miranda, que ficou famosa nos EUA. As principais modelos que fizeram parte dessa onda foram Gisele Bündchen, Adriana Lima, Fernanda Tavares, Alessandra Ambrósio e Isabeli Fontana. Com a promessa de mudança de corpos no mundo da moda, há um debate sobre essa geração de modelos: foi uma revolução no mundo da moda ou apenas uma manutenção dos padrões de corpos?

 


Considerado o marco inicial dessa fase no mundo da moda, o desfile de primavera de Alexander McQueen, em 1998trouxe a novata Bündchen, que tinha apenas 18 anos na época. Desfilando de topless com apenas uma pintura branca em seu corpo, a modelo tinha mais curvas e seios que as modelos até então, como o caso da já consagrada Kate Moss.

Apesar do sucesso do desfile, Gisele Bündchen conta que o desfile a traumatizou. Em um relato, a modelo contou que enquanto andava na passarela pensava no medo do pai ver a foto. "Tudo o que eu queria era ir embora, mas você sabe, isso é uma daquelas coisas que te deixa mais forte", disse.

 

Outro marco das Brazilian’s BombShell foram os desfiles para a Victoria’s Secret. O final dos anos 90 e início dos anos 2000 foram a época dourada para a marca, que contou com 12,4 milhões de espectadores em 1998. 

 

Muitas modelos brasileiras se consolidaram como “angels” para a marca de lingerie feminina, como o caso de Adriana Lima. Ela foi modelo pela Victoria’s Secret por 20 anos, saindo no ano de 2018. Em seu Instagram, ela disse o seguinte:

 

"Querida Victoria, obrigada por me mostrar o mundo, compartilhando seus segredos, e o mais importante: não apenas me dar asas, mas a me ensinar a voar. E todo amor para os melhores fãs do mundo. Com amor, Adriana."

 

 

A promessa de um novo milênio com mudanças nos corpos no mundo da moda não se concretizaram. Apesar das modelos brasileiras apresentarem mais curvas e seios, ainda era um padrão de corpo excludente. Moss e Bündchen tinham muito mais características em comum do que diferenças. 
 

 

Durante todo esse período não houve nenhuma modelo que não fosse magra e cisgênero. Com isso, diversas garotas cresceram tentando se encaixar nesse padrão e que não conseguiam, desencadeando em uma série de problemas psicológicos.  

 

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