O Museu das Culturas Indígenas (MCI) foi recentemente inaugurado na Água Branca, zona oeste de São Paulo. Trazendo um acervo completo e imersivo, a exposição conversa com o visitante e evidencia a importância da cultura indígena no Brasil. Os ingressos precisam ser reservados com antecedência pela plataforma do Sympla, custa R$15 inteira e R$ 7,50 meia-entrada. Indígenas não pagam e às quintas-feiras a entrada é gratuita para todo o público.
O prédio conta com 4 andares de exposição, e apesar de ser bem completo, não é cansativo. O visitante encontra peças que misturam militância e arte, como a sala onde há um telão com clipes musicais de artistas indígenas, misturando ritmos como forró, rap, MPB e outros. Há um espaço para se sentar e apreciar a música e as pinturas nas paredes.
Uma outra experiência sensorial é a exposição “Ygapó: Terra Firme”, de Denilson Baniwa, que leva ao visitante a experiência de adentrar a floresta Amazônica ou outros territórios indígenas, por meio de folhagens no chão e contato com texturas presentes na natureza real.
Com curadoria dos artistas e representantes indígenas Tamikuã Txihi, Denilson Baniwa e Sandra Benites, as peças trazem valor àquilo que normalmente é ignorado, justamente pela sua origem e significado. O Brasil é um país preconceituoso e carregado de intolerância religiosa, e o museu tem como objetivo quebrar essa corrente.
As peças escolhidas para a exposição inaugural provocam o visitante a repensar a imagem que tem sobre os povos originários do país, segundo os organizadores. A criação do museu tem como objetivo a proteção, difusão e valorização do patrimônio cultural indígena, diz a Secretaria de Cultura e Economia Criativa de São Paulo.
O espaço também tem como proposta organizar mesas, palestras e bate-papos entre indígenas ou não-indígenas, na intenção de permitir diálogos interculturais onde se resgate a memória desses ancestrais e os permita compartilhar suas histórias, ideias, mensagens, conhecimentos e muito mais. A programação do mês de agosto pode ser encontrada diretamente no site do museu.
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É preciso que a sociedade saiba respeitar e entender a história desse povo que, desde o tempo colonial, vem sofrendo com extermínio e silenciamento. Por isso, é tão importante a iniciativa de criar um local seguro, onde as pessoas possam expandir seus horizontes para aquilo o que elas não sabem sobre nossos ancestrais. Abrir os olhos para além daquilo que aprendemos nas aulas de história é primordial para caminhar em direção a uma sociedade mais justa e segura.
Serviço
Endereço: Rua Dona Germaine Buchard, 451 - Água Branca - São Paulo (SP)
Horários: Terça a domingo, das 9h às 18h. Quinta das 9h às 20h
Preços: R$ 15 inteira, R$ 7,50 meia. Quinta-feira é gratuita. Indígenas não pagam ingresso.
Reserva de ingressos: https://bileto.sympla.com.br/event/74784
Site: https://museudasculturasindigenas.org.br/
Mês dos Povos Indígenas
Em agosto comemora-se o Dia Internacional dos Povos Indígenas, o dia 9 foi escolhido pela ONU (Organização das Nações Unidas), em 1995, em conjunto com os líderes indígenas do mundo todo. O objetivo da criação dessa data comemorativa é garantir os Direitos Humanos à população indígena mundial, bem como condições dignas de existência.
A luta de grupos indígenas ao redor do mundo resultou na constituição desse dia, pois visavam cessar com os ataques sofridos às suas terras e povos desde a expansão social imposta pelos europeus.
No Brasil foi um grande passo em apoio aos mais de 890 mil indígenas no território nacional, divididos em mais de 200 etnias, segundo o levantamento do IBGE em 2010.