Capa do documentário “Pacto Brutal: O Assassinato de Daniella Perez” (Foto: Reprodução/ HBO Max).
No dia 28 de julho, os últimos episódios do documentário “Pacto Brutal: O Assassinato de Daniella Perez” foram disponibilizados no catálogo do serviço de streaming daHBO Max.A obra reconta a verdadeira história vítimapor meio dos depoimentos de familiares, repórteres e delegados, além dos registros policiais e jornalísticos.
Nas redes sociais, o assunto é um dos mais comentados e a adesão do público também se refletiu na audiência do documentário, que, atualmente, é o mais assistido da plataforma. Com a divulgação da produção, o caso novamente veio à tona e a elucidação da ocorrência pôde ser revelada.
Isso porque, na época do crime, no final do ano de 1992, diversas inverdades foram espalhadas por veículos sensacionalistas, que usavam a aproximação ficcional de Daniella com Guilherme de Pádua na novela “De Corpo e Alma” como combustível para conteúdos falsos. Por esse motivo, a narrativa infundada de que os atores tinham um caso extraconjugal ganhou destaque na mídia.
Em entrevista, a espectadora Flávia Gasparini conta ao Lab Dicas Jornalismo que “Daniella foi a principal vítima, mas tiveram muitas outras”. Nesse sentido, ressalta que os relatos dos envolvidos próximos, como o da mãe, Glória Perez, e do marido, Raul Gazolla, são pontos positivos na narração da história.
De modo geral, documentários são compostos por especialistas que se relacionam com o tema central. No caso de obras com foco criminal, policiais, peritos e detetives são as principais personalidades de destaque. No entanto, na obra dedicada ao assassinato de Daniella Perez, a situação é diferente.
A composição do elenco conta com diversos personagens da vida particular de Daniella. Mãe, marido, irmão, prima, tios e colegas de trabalho são peças-chaves para a sensibilização do acontecimento. Essa pluralidade de entrevistados aproxima os espectadores com os trabalhos da atriz, ao mesmo tempo que reconta os eventos que antecederam a tragédia que levou à sua morte.
De acordo com Esther Império Hamburger, docente do Departamento de Cinema, Rádio e Televisão da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, a distinção do real e do ficcional foi uma grande conquista do documentário.
“Essa série documental coloca um ponto final nessa história e resgata a memória da Daniella Perez, porque a primeira relação foi culpar a vítima. A produção expressa bem a versão da família e é bom termos essa versão. Daniella Perez é vítima de um crime hediondo, não há dúvidas e isso a série restabelece “, pontua.
Além disso, a docente reforça o acerto do documentário em englobar o relato dos familiares e eleva a importância dos arquivos usados no longa. “O material de arquivo é muito bem usado e isso é um ponto forte do documentário”, defende.
O documentário “Pacto Brutal: O Assassinato de Daniella Perez” pode ser assistido exclusivamente pela plataforma HBO Max. Com cinco episódios, os acontecimentos são narrados por figuras próximas à vítima, bem como os profissionais da imprensa e da polícia que atuaram na divulgação e resolução do caso. Revistas, jornais e trechos da novela “De Corpo e Alma” são usados para contextualizar os espectadores sobre o acontecimento e resgatar a verdadeira história da vítima.