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15/08/2022 às 23h31min - Atualizada em 15/08/2022 às 23h19min

Documentário sobre o caso Daniella Perez resgata a verdadeira história da vítima

A obra esclarece as motivações do crime e destaca os culpados

Felipe Nunes - editado por David Cardoso
Capa do documentário “Pacto Brutal: O Assassinato de Daniella Perez” (Foto: Reprodução/ HBO Max).

No dia 28 de julho, os últimos episódios do documentário “Pacto Brutal: O Assassinato de Daniella Perez” foram disponibilizados no catálogo do serviço de streaming da HBO Max. A obra reconta a verdadeira história vítima por meio dos depoimentos de familiares, repórteres e delegados, além dos registros policiais e jornalísticos.

 

Nas redes sociais, o assunto é um dos mais comentados e a adesão do público também se refletiu na audiência do documentário, que, atualmente, é o mais assistido da plataforma. Com a divulgação da produção, o caso novamente veio à tona e a elucidação da ocorrência pôde ser revelada. 

 

Isso porque, na época do crime, no final do ano de 1992, diversas inverdades foram espalhadas por veículos sensacionalistas, que usavam a aproximação ficcional de Daniella com Guilherme de Pádua na novela “De Corpo e Alma” como combustível para conteúdos falsos. Por esse motivo, a narrativa infundada de que os atores tinham um caso extraconjugal ganhou destaque na mídia. 

 

Em entrevista, a espectadora Flávia Gasparini conta ao Lab Dicas Jornalismo que “Daniella foi a principal vítima, mas tiveram muitas outras”. Nesse sentido, ressalta que os relatos dos envolvidos próximos, como o da mãe, Glória Perez, e do marido, Raul Gazolla, são pontos positivos na narração da história.

 

Em contrapartida, Flávia discorda da utilização das fotos do corpo de Daniella como elementos visuais na composição do longa. “Não estava esperando ver explicitamente as fotos do acontecimento. Eu sei que eles fizeram isso para sensibilizar e chocar, mas não precisava”, critica.

 

Elenco diverso traz várias perspectivas sobre o acontecimento

De modo geral, documentários são compostos por especialistas que se relacionam com o tema central. No caso de obras com foco criminal, policiais, peritos e detetives são as principais personalidades de destaque. No entanto, na obra dedicada ao assassinato de Daniella Perez, a situação é diferente.
 
A composição do elenco conta com diversos personagens da vida particular de Daniella. Mãe, marido, irmão, prima, tios e colegas de trabalho são peças-chaves para a sensibilização do acontecimento. Essa pluralidade de entrevistados aproxima os espectadores com os trabalhos da atriz, ao mesmo tempo que reconta os eventos que antecederam a tragédia que levou à sua morte.

De acordo com Esther Império Hamburger, docente do Departamento de Cinema, Rádio e Televisão da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, a distinção do real e do ficcional foi uma grande conquista do documentário. 
 
“Essa série documental coloca um ponto final nessa história e resgata a memória da Daniella Perez, porque a primeira relação foi culpar a vítima. A produção expressa bem a versão da família e é bom termos essa versão. Daniella Perez é vítima de um crime hediondo, não há dúvidas e isso a série restabelece “, pontua.
 
Além disso, a docente reforça o acerto do documentário em englobar o relato dos familiares e eleva a importância dos arquivos usados no longa. “O material de arquivo é muito bem usado e isso é um ponto forte do documentário”, defende.

O documentário “Pacto Brutal: O Assassinato de Daniella Perez” pode ser assistido exclusivamente pela plataforma HBO Max. Com cinco episódios, os acontecimentos são narrados por figuras próximas à vítima, bem como os profissionais da imprensa e da polícia que atuaram na divulgação e resolução do caso. Revistas, jornais e trechos da novela “De Corpo e Alma” são usados para contextualizar os espectadores sobre o acontecimento e resgatar a verdadeira história da vítima.


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