Goiânia tem particularidades que outras capitais brasileiras não possuem, entre elas, as arquiteturas em inúmeros prédios históricos que enchem os olhos de quem visita a cidade. Muita gente não sabe, mas este estilo artístico chama-se Art Decó e foi adotado propositalmente para a capital desde a sua fundação.
O Art Déco veio da França, mais exatamente em 1925, onde houve a Exposição Internacional de Artes Decorativas, que marcou a evolução do estilo arquitetônico que usa geometria, materiais luxuosos e estampas.
O mundo ficou fascinado pelo estilo Art Déco na década de 30, explicando porque a capital do estado de Goiás o escolheu em sua construção (a fundação da capital foi em 1933).
O responsável pela escolha foi Attílio Corrêa Lima, primeiro urbanista brasileiro, o qual finalizou seus estudos em Paris e foi responsável pelo projeto de desenho da cidade em 1935.
O estilo inspirou os primeiros prédios do que viria a ser a grande metrópole de Goiás, representando o progresso e a modernidade que a nova capital representava para o estado. Construídos nas décadas de 40 e 50, várias edificações no estilo Art Déco, foram tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), como patrimônio nacional por ter uma relevância histórica e arquitetônica. Contudo, muitos sofrem com o abandono e o descaso por parte dos órgãos públicos, com a ação de vândalos e a falta de segurança.
A expressão é uma abreviação do francês “arts décoratifs”, que significa arte decorativa, mesmo assim não abre mão do aperfeiçoamento, os objetos têm decoração de forma geométrica com predominância de linhas verticais, e influências do construtivismo.
Conheça algumas das principais construções Art Déco de Goiânia e seus respectivos endereços:
Palácio das Esmeraldas
Considerado a casa dos governadores do Estado de Goiás, a legitimação do nome foi devido a cor verde-esmeralda da fachada. O prédio foi projetado por Atílio Correia Lima e foi inaugurado em 1937, se encontrando em ótimo estado de conservação.
Endereço: Praça Cívica, N 01, Centro
Teatro Goiânia
O espaço cultural mais tradicional de Goiânia, foi entregue em 1942 e foi projetado pelo arquiteto Jorge Félix. Atualmente, o espaço abriga grandes shows e espetáculos teatrais e é um dos principais espaços de apresentação de dança, teatro e música popular da cidade, sendo declarado Patrimônio Nacional em 2003.
Endereço: Avenida Tocantins com Avenida Anhanguera, Qd. 67, Lt. 32, Setor Central
Museu Pedro Ludovico Teixeira
Antiga residência do fundador de Goiânia, a construção se tornou um museu bem conservado, possuindo no acervo, fotos, documentos autênticos, objetos pessoais e a biblioteca do homem que fundou a capital goiana.
Endereço: Rua Gercina Borges Teixeira (Rua 26), Centro
Grande Hotel
Inaugurado no ano de 1937, chegou a receber grandes personalidades em suas visitas à capital. No momento, o prédio abriga eventos de caráter cultural, mesmo em um estado precário de conservação.
Endereço: Avenida Goiás esquina com rua 3, Setor Central
Mureta e Trampolim do Lago das Rosas
Antiga Estação Ferroviária
A Estação foi inaugurada em 1950, ainda sem funcionamento de trens. Foi só dois anos depois que trens de carga começaram a circular pelo local, e a Estação funcionou até os anos 1980. Durante muitos anos, o lugar sofreu com o abandono e a falta de reparos, mas em 2019, o prédio da Estação foi revitalizado pela prefeitura em parceria com o instituto do patrimônio histórico e artístico nacional (Iphan) e hoje abriga galeria de arte, base da guarda civil metropolitana e uma central de atendimento municipal.
Endereço: Praça do Trabalhador, Setor Central
Coreto da Praça Cívica
Palco de manifestações artísticas, políticas e culturais ao longo de sua história, o coreto foi inaugurado na época do batismo cultural da cidade em 1942. Ao longo dos anos, o local passou por inúmeras modificações chegando a destruir seu projeto original, sendo que para voltar ao modelo arquitetônico original, foi necessária a participação de um pedreiro do qual fez parte da primeira construção.
Relógio da Avenida Goiás
Também inaugurado em 1942, é um dos pontos de referência mais antigos da capital. Funcionou de maneira precária durante muitos anos e foi consertado pela primeira vez em 1984, funcionando otimamente até hoje.