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25/08/2022 às 17h00min - Atualizada em 25/08/2022 às 16h47min

Marvel - Conheça a história de uma das maiores editoras de histórias em quadrinhos

O início da empresa, seu desenvolvimento ao longo dos anos e como revolucionou a cultura

Larissa Oliveira - Editado por Marcela Câmara
O fundador da Marvel Entertainment, Martin Goodman, era editor de revistas que faziam sucesso com histórias de faroeste. As primeiras histórias em quadrinhos foram publicadas a partir de 1933 e não continham nenhum super-herói. Os personagens que conhecemos hoje começaram a aparecer assim que Martin decidiu expandir seu trabalho e investir em um mercado muito promissor.
 
Entre outubro de 1936 e junho de 1937, surge Ka-Zar. Um dos personagens mais antigos da Marvel, se chamava David Rand e consistia em uma das diversas cópias de Tarzan daquela época. Ka-Zar apareceu nos quadrinhos em Marvel Comics # 1, o primeiro título da Timely e só foi reconhecido oficialmente como membro do universo da Marvel em 2006.
 

Em 1939, Goodman estabeleceu a sede de sua própria editora em Nova York e a batizou de Timely Comics. A primeira revista foi lançada em 31 de agosto e se chamava Marvel Comics. As primeiras aparições foram do super-herói Tocha Humana e do anti-herói Namor, o Príncipe Submarino. O gibi tinha um papel de pouca qualidade, cores vibrantes e custava 10 centavos de dólar. Porém, foi um sucesso de vendas e estimulou a equipe responsável a lançar a segunda edição no ano seguinte com o nome de Marvel Mystery Comics.
 


Com o auge da Segunda Guerra Mundial, a editora soube como tornar as histórias em quadrinhos um enorme sucesso nos Estados Unidos. Jack Kirby e Joe Simon criaram um herói que personificava todo o patriotismo americano. Em 1941, houve a primeira aparição do Capitão América. Circularam quase um milhão de exemplares e ele se tornou um dos personagens mais icônicos.
 


Assim que a guerra acabou, as vendas de histórias militares começaram a cair e a editora precisou explorar novos gêneros. Durante a década de 50, a empresa ficou conhecida como Atlas Comics. Tanto ela quanto outras editoras do segmento tiveram dificuldades em emplacar novas revistas e personagens. Em geral, as histórias publicadas continham monstros e exploravam alguns aspectos de ficção científica.
 
Já no início dos anos 60, a rival DC Comics reviveu o gênero de super-heróis, principalmente com Liga da Justiça, e obteve grande sucesso. Por isso, a Marvel Comics passou a investir em suas próprias equipes. Os principais expoentes da época foram Stan Lee e Jack Kirby, responsáveis pela criação do Quarteto Fantástico. O grupo era composto por Mulher Invisível, Tocha Humana, Senhor Fantástico e Coisa. O sucesso da revista foi tão grande que incentivou a publicação de outros títulos de super-heróis. Na mesma década, se destacou o gibi do Homem-Aranha e do Incrível Hulk.
 

Dentre as editoras de histórias em quadrinhos, a Marvel Comics se diferenciou por desenvolver histórias com característica mais próximas da realidade. Além disso, os personagens eram bem trabalhados e muito originais. O Homem-Aranha, por exemplo, era um jovem herói com pouca autoestima e problemas mundanos semelhantes aos de muitos adolescentes da época.
 

O início da década de 70 foi mais uma época desfavorável para esta indústria. Ao final dela, porém, a empresa se recuperou de sua baixa no mercado. Isso ocorreu, principalmente, devido a novas estratégias de marketing na distribuição e à renovação do título X-Men, arquitetado por Chris Claremont e John Byrne.
 


Nos anos 1980, um novo renascimento criativo aumentou a venda dos gibis e a empresa investiu em mídias diferentes. Comprou o estúdio de animação de Friz Freleng, responsável pela Pantera Cor de Rosa, e gerou desenhos animados de sucesso como G.I. Joe, Transformers e Muppet Babies. Foi nesta época, também, que surgiram os primeiro personagens orientais e negros nas histórias.
 
No começo da década de 90, a venda de histórias em quadrinhos aumentou nos Estados Unidos. Interessado nisso, o empresário Ronald Perelman comprou a Marvel Comics e colocou a empresa na Bolsa de Nova York. O número de títulos publicados aumentou e, consequentemente, o faturamento. Porém, Perelman logo foi acusado de desviar dinheiro para benefício próprio e a empresa teve uma crise financeira. Para tentar solucionar os problemas da crise, a Marvel anunciou que a Heroes World seria seu distribuidor exclusivo. Por conta disso, a indústria de distribuição de revistas de histórias em quadrinhos sofreu um grande abalo. A maioria dos distribuidores teve que encerrar as atividades.
 
Após longas disputas jurídicas, o controle da empresa foi entregue a Isaac Perlmutter em 1997. Ao lado de um dos homens mais influentes do mundo do entretenimento, seu sócio Avi Arad, reergueu a Marvel. Ambos decidiram licenciar alguns personagens para grandes estúdios de cinema. Após o enorme sucesso dos filmes dos X-Men, do Homem-Aranha, Quarteto Fantástico, Hulk, Homem de Ferro e Blade, a empresa percebeu o quão lucrativo era levar esses personagens para as telas.
 
A Marvel cresceu significativamente com a parceria estabelecida com Hollywood. O sucesso nas bilheterias foi tamanho, que multiplicou os contratos de licenciamento e conseguiu quitar os mais de 200 milhões de dólares que devia para investidores e banqueiros. Concomitantemente, a empresa registrou crescimento nas vendas dos quadrinhos. 
 
Em 2001, novas linhas editoriais foram criadas, diversificando a linha de produtos. A Marvel Knights foi lançada para os adolescentes mais velhos e a MAX para os adultos. A nova visão editorial e o espaço nos cinemas gerou um crescimento exponencial para a empresa.
 

Uma criação inovadora da Marvel ocorreu em 2007 quando anunciou a Marvel Digital Comics Unlimited. Trata-se de um arquivo digital de mais de 2500 edições de histórias em quadrinhos antigas, disponíveis para leitura após o pagamento de uma pequena taxa mensal ou anual. Nos últimos anos, as vendas cresceram tanto que a empresa detém mais da metade do mercado mundial de publicações em quadrinhos. 
 
Devido ao enorme sucesso, Walt Disney Company comprou a Marvel no dia 31 de agosto de 2009 por 4 bilhões de dólares. Sob o comando da Disney, a Marvel emplacou gigantescos sucessos de bilheteria na última década. As novas versões dos heróis no cinema marcaram a história. A empresa de quadrinhos americanos teve desdobramentos que impactaram não apenas as HQ 's, mas o cinema, a indústria do entretenimento e toda a cultura ocidental.
 


Atualmente, a Marvel Comics, também conhecida como “House of Ideas” ou “Casa das ideias”, se firmou como a principal editora americana de histórias em quadrinhos. Seu catálogo possui mais de 5000 personagens que rendem milhões de dólares em faturamento através das tradicionais revistas em quadrinhos, filmes de cinema, mídia digital, jogos para videogames e licenciamentos dos mais variados produtos.
 
 
REFERÊNCIAS
GASPARETTO, Antonio. Marvel Comics. Info Escola. Disponível em: https://www.infoescola.com/empresas/marvel-comics/. Acesso em 24 de agosto de 2022.
 
Marvel - História da editora nos quadrinhos e no cinema. Segredos do Mundo. Disponível em: https://segredosdomundo.r7.com/marvel-historia/. Acesso em 24 de agosto de 2022.
 
Marvel. Mundo das Marcas, 2006. Disponível em: https://mundodasmarcas.blogspot.com/2006/08/marvel-comics-fantastic-heroes.html. Acesso em 24 de agosto de 2022.
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