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12/09/2022 às 16h59min - Atualizada em 12/09/2022 às 10h43min

Com mais de vinte anos de história, o Circo ArteTude colhe gratidão por onde passa e cumpre sua missão de levar alegria sem fins lucrativos

Em conversa com o Dicas, os idealizadores contam como funciona e a felicidade em integrar um projeto social

Marina Magalhães Prizan - editado por Larissa Nunes
Ônibus do Circo ArteTude. Foto: (Instagram / @circoartetude)

Ao falarmos de circo, automaticamente nos apropriamos de uma nostalgia coletiva, sabendo mesmo assim que cada experiência é única. Entretanto, ir ao circo tem seu preço, geralmente preços populares, mas e se lhe oferecessem esse cartaz de risada gratuitamente?
É o que acontece ao falarmos no Circo ArteTude, idealizado por Ankomarcio, que antes de dar corpo ao palhaço Xaubraubrau, era professor de educação física, que se encontra realizado ao ter conseguido preencher sua vida ao ter contato com o Circo. O ex professor, fala das participações de quem o ajuda a fazer o espetáculo acontecer.

 

"A gente, nesse momento, tem uma equipe fixa, onde somos em quatro pessoas. Eu (O palhaço Xaubraubrau), meu irmão (O Raquaqua), Espiga de Milho (Pablo Ravi) e o Renato, que é nosso técnico de montagem do espetáculo, mas existem participações: o Mandioca Frita e o Tapioca. Mais de vinte anos de circo, nos ensinaram que, a chave para cativar o público é amar o que nós nos propusemos fazer, amando o que a gente faz, as pessoas vêm junto. A gente acredita que seja por isso todos estes anos de estrada e a procura e interesse da plateia. É porque mesmo nos nossos dias mais difíceis, sabemos que estaremos lá, fazendo o que gostamos.Eles sente", reitera o intérprete do palhaço Xaubraubrau.

 



Nossa redatora os conheceu através da Revista Traços, um periodico cultural vendido em Brasília. Nele, a matéria destacou o carinho do público e a ideia pensada de 'circo móvel'. Com um ônibus para chamarem de seu, a equipe revela uma vontade antiga ao Dicas de Jornalismo.

"Vamos onde chamam a gente, com nosso ônibus que é equipado com tudo que usamos no show, incluindo um telão e luzes. É com ele que levamos o nosso circo, mas, para o futuro não tão distante assim, pretendemos nos estabilizar e passar uma temporada nos estados e regiões que nos quiserem. Instalando a tão famosa lona em nossos palcos temporários", contou.

Como algo democrático, eles ressaltam não ter um tipo de público em especifíco. "Não temos um tipo de público transeuntes e transpirados, todos tem a chance. Vamos da zona sul, a zona leste, mas priorizamos as regiões carentes que não têm acesso ou condições de ir aos espaços culturais, nessas até onde a gente vê falta dinheiro até para comer", explicou o quarteto.

 


Poder levá-lo para quem precisa sem que paguem por isso, é o que nos move a continuar com o nosso trabalho. Porém, é possível a contribuição se tiverem como doar de várias formas: rodamos o chapéu no final do espetáculo, aceitamos participar de eventos e festivais.

Também tem o espaço para patrocínios com mais informações no site.

 

Os irmãos Ruiberdan e Ankomarcio tem muito a contar e se ajudar, para que o projeto continue é preciso equilíbrio de conflitos pessoais.

"O
 meu batismo do nome do meu palhaço, foi dado pelo primeiro palhaço com quem vivenciei o circo. O serenata me deu este nome (Xaubraubrau) porque na época em que nos conhecemos, eu escutava muito Racionais Mc’s, aí ele me batizou como Xaubraubrau. Por conta do Mano Brown; meu nome mesmo é Ankomarcio.Quando chamei meu irmão para trabalhar comigo, quem o batizou foi eu. Dei para ele o nome de Raquaqua. Pela pronúncia parecer uma risada, o Ruiberdan então atende por este nome.

"A longa estrada de experiência nos ensinou a conviver, meu irmão e eu somos sócios e parceiros de cena. É inevitável que fiquemos sem algum desentendimento eventualmente, tentamos resolver e ele também mora comigo. Ajudamos um ao outro, não costuma ser tão difícil. Costuma ser porque a gente fica junto o tempo todo, vez ou outra gera alguns desgastes. É só colaborar e tentar conversar", disse os irmãos.

O Dicas então pediu outras histórias das muitas costumadas a serem contadas, os imãos lembram com carinho de uma certa recepção.


"Essa vida nômade nos deu bastante histórias, tenho uma muito boa de ser contada. Após uma matéria que o Fantástico fez com a gente para contar nossa história e divulgar nosso projeto, fomos para mais uma viagem a trabalho. Na estrada fomos abordados por um policial bem típico de filmes, sabe?! Daqueles com um bigode e cara má. A gente achou que ele ia impedir nós de seguirmos viagem, apesar do ônibus está regularizado, ficamos apreensivos pois sabemos que o ônibus chama a atenção e que ele poderia querer fiscalizar. Paramos crestes do interrogatório e da inspeção, começamos a falar e ele: eu sei quem vocês são, vi vocês na TV! Vocês querem água?  Eu tenho no carro. Aquilo nos aliviou e começamos a rir", contou os artistas de circo.

O irmão tem orgulho do caminho escolhido. "Adoramos nosso trabalho, vemos que o riso transforma e que pessoas precisam dele. Escutar que mudamos o dia de alguém, já vale tudo que idealizamos no início", finaliza Ankomarcio.


 


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