Divulgada em 2021, a pesquisa do Instituto Locomotiva encomendada pelo Carrefour que teve como objetivo mapear a situação da população negra no Brasil, reforça a dificuldade de superar o racismo estrutural uma vez que pretos e pardos são 56% da população, mas constantemente minorizados pela sociedade.
O Brasil é reconhecido pela população como um país racista, mas poucos assumem suas atitudes de preconceito racial e outros ainda demonstram não compreender de fato a dimensão do problema.
Entre 2018 e 2021, os casos de racismo no Brasil saltaram de 1.429 para 6.003, representando um aumento de 31%, de acordo com os dados divulgados pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Dos assassinatos ocorridos em 2021 no país, 77,9% das vítimas eram negras, metade delas com idades entre 12 e 29 anos, sendo 91,3% do gênero masculino.
A cultura é uma ferramenta necessária no combate a erradicação do racismo estrutural no Brasil. Em um Estado preenchido por manifestações de matrizes africana, não há lugar mais válido para as sequelas históricas sejam tiradas da invisibilidade por meio da arte.
Até pouco tempo atrás não se via negros em papel de protagonismos em filme, séries e novelas. Hoje vemos Viola Davis com a heroína amazonas no longa “A Mulher Rei”, séries como “Senhor do Anéis: Os Anéis de Poder” e “A Casa do Dragão”, spin-off de “Game Of Thrones”, além do live-action de “A Pequena Sereia” da Disney, incluíram pessoas pretas interpretando personagens principais.
Após a divulgação do teaser do live-action de “A Pequena Sereia” interpretado por Halle Bailey ser divulgado, uma chuva de deslike e comentários racistas ganharam as redes sociais pelo simples fato da protagonista ser negra.
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Ter uma protagonista negra em um filme da magnitude da Disney é de uma importância necessária que deveria já ter acontecido a muitos anos. Um vídeo em que criança negras ao redor do mundo se reconhecendo enquanto assistiam ao teaser do live-action de “A Pequena Sereia” emocionou o mundo.
O racismo é um problema de todos, por isso, combatê-lo deve ser um trabalho constante. Ainda que em pequenos passos, é preciso colocar o tema em pauta, começar a refletir e criar ações sólidas que poderão transformar a realidade que vivemos hoje a médio e longo prazos.