O clássico de 1993, Abracadabra voltou as telas televisivas na plataforma Disney+, na nova adaptação seremos levados ao início da vida das irmãs bruxas Sanderson. Diferente da versão anterior onde as personagens buscavam manter sua juventude, nessa continuação elas buscam por poder absoluto e a vingança contra a cidade de Salém. As adolescentes protagonistas dessa versão são Becca (Whitney Peak), Cassie (Lilia Buckingham) e Izzy (Belissa Escobedo), que descobrem muitos mistérios ligados ao trio e sobre elas mesmas na noite emocionante do dia das bruxas, onde comemoram também o aniversário de dezesseis anos de Becca.
O filme tem uma ótima trajetória para uma aventura familiar, roteiro divertido e encantador com direito a dois números musicais, com as músicas “One Way or Another”, música da banda Blondie e “Yes Salem, We’re Back!”, essa feita para o filme e ambas fazendo menção ao poder das bruxas de enfeitiçar pela música.
Apesar das referências ao longa anterior, a trama não alcançou o mesmo padrão de qualidade da primeira, talvez resgatar a infância das vilãs tenha conferido a elas uma fragilidade que quebrou de certa forma a aura ameaçadora em torno da lenda das irmãs Sanderson.
Não é incomum que obras recentes humanizem o vilão para criar mais empatia com o público, ou para tornar uma obra menos maniqueísta, porém nesse caso o carisma das vilãs não necessitam de aplacamento de sua vilania, as bruxas de Salém são divertidas justamente por serem más, a disputa entre elas e as crianças nos filmes é o que torna a aventura contagiante, tornar seus atos minimamente justificáveis trazem uma aproximação caricata e destoante com o restante dos personagens infantis, a caricatura das bruxas adultas já trariam espanto, mistério e encanto suficientes para nortear a aventura.
Mesmo não alcançando os patamares da antiga história embalada por “I Put a Spell on You”, Abacadabra 2 ou Hocus Pocus 2 entregou um ótimo divertimento para diferentes faixas etárias, e trouxe para uma nova geração uma narrativa que começou lá nos anos 90, geração essa que pode também aproveitar os mistérios e as aventuras da primeira versão, além de encher de nostalgia quem já não é tão jovem assim.