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19/11/2022 às 14h44min - Atualizada em 19/11/2022 às 14h44min

Catar e Equador abrem a ‘Copa da discórdia’

Proibição da cerveja nos estádios e costumes diferentes as práticas do Ocidente dão um tom diferente a festa tradicional; presidente da Fifa diz que críticas do país sede são “hipocrisia”

Paulo Octávio
Rua em Lusail, no Catar, enfeitada com bandeiras dos países participantes da Copa. Foto: Hamad I Mohammed/Reuters
A 22ª Copa do Mundo começa neste domingo às 13h (Brasília; 19h local) com confronto entre Catar, país sede, e Equador, no estádio Al Bayt, em Al Khor (50 KM de Doha). Jogo é válido pelo grupo A que também tem as seleções de Senegal e Holanda. Será o primeiro Mundial de seleções durante o segundo semestre. Isso porque o forte calor do local impediu que o evento fosse no verão, como de praxe.  

O torneio deveria ser um alívio após um período tenso que abalou a humanidade. Nos últimos 1.589 dias -- entre 15 de julho de 2018 (data da final entre França x Croácia) e o jogo de abertura de 2022 -- o mundo sofreu com a pior pandemia do século; com uma guerra entre Rússia e Ucrânia, que não tem hora para acabar; e viu ascender a polarização em vários países. Mas a política deve dar o tom do torneio.  

Por que há críticas ao Catar, que foi acusado de oferecer baixos salários e péssimas condições de trabalho para quem construiu os estádios. País  também deixa casais homossexuais na ilegalidade, não permite que mulheres entrem em locais como shoppings com os ombros de fora e restringe o consumo de bebidas alcoólicas, o que gerou desconforto da FIFA com a patrocinadora.  Essas práticas de restrições são baseadas em interpretações do Alcoorão, o livro sagrado do Islã

Por causa disso, países como EUA e Inglaterra vão adotar a faixa de capitão nas cores do arco íris em protesto a criminalização da homossexualidade. O presidente da federação alemã não teme retaliações da FIFA, que pediu foco no futebol.  Para confrontar essas seleções, a federação internacional lançou suas próprias braçadeiras com lemas como "salvemos o planeta", "educação para todos" e "não à discriminação".

Já o presidente da entidade, Gianni Infantino, chamou as contestações de “hipocrisia” e que os europeus devem “pedir desculpas pelos próximos 3.000 anos por causa das suas próprias histórias antes de dar lição de moral”. Afirmação foi feita em uma coletiva de imprensa neste sábado (18). 

Para tentar tirar essa impressão negativa, o Catar aposta no efeito mandante para deslanchar na Copa. Nos últimos anos, as seleções dos países mandantes costumam ir longe no torneio.  A exceção foi África do Sul, a única que caiu na primeira fase, em 2010. 

CERIMÔNIA DE ABERTURA TEM COMO TEMA INCLUSÃO E DIVERSIDADE

A cerimônia de abertura começa às 11h40 (Brasília). Vai durar 30 minutos e será dividida em sete atos com atrações musicais, homenagens aos 32 países participantes e um discurso sobre inclusão e diversidade -- não foi dito quem será o orador.

"O tema da cerimônia é a união de toda a raça humana, interligando diferenças através da humanidade, do respeito e da inclusão. O futebol permite nos unir como uma única tribo, e a Terra é a tenda em que nós vivemos", disse a FIFA em comunicado destinado à imprensa. 

Entidade confirmou as presenças do cataris
Fahad Al-Kubaisi e do  sul-coreano Jeon Jungkook,  da banda de K-Pop BTS. que vão cantar  o single 'Dreamers' feito para o Mundial. Já a catari Dana deve dar o discurso sobre inclusão.

Ainda é especulada a presença do trio Maluma, Nicki Minaj e Fares, interpretes da canção oficial "Tukoh Taka".

Por outro lado, alguns dos grandes nomes do pop ocidental foram cogitados, entretanto desistiram de participar. São eles: Dua Lipa, representante dos direitos dos LGBTQIA+, Shakira e Rod Stewart


CATAR 
 
Não espere um bom futebol do Catar. O time até se inspira no Barcelona e usa dois alas abertos e que atacam com profundidade junto com dois atacantes, Akram Afif e Almoel Ali, mas falta um articulador de jogadas. Equipe é candidata a lanterna de seu grupo na sua primeira participação em Copas.  

Provável Catar: Al-Sheeb; Miguel, Al-Wari, Salman, Hassan, Ahmed; Hatem, Boudiaf; Al-Haydos; Ali, Afif. Técnico: Félix Sánchez. 

EQUADOR 
 
Atleta pivô de uma polêmica está fora da Copa. Bryan Romero, acusado de ser colombiano, chegou a atuar pelas Eliminatórias, mas não foi convocado. Já Arboleda, que sofreu uma lesão em julho, durante jogo entre São Paulo x Palmeiras, gera expectativa se terá condições de entrar em campo. 

Quarta colocada nas eliminatórias, equipe ataca em velocidade, porém deixa alas e zagueiros desprotegidos. Pode ser o suficiente para vencer o jogo de estreia. 

Provável Equador: Dominguez; Preciado, Torres, Hincapie, Estupinan; Gruezo, Caicedo, Cifuentes; Plata, Valencia, Ibarra. Técnico: Gustavo Alfaro. 

HISTÓRICO DE CONFRONTOS 

Há um equilíbrio histórico entre as seleções. Nos três jogos que fizeram, cada um venceu um e houve um empate. O último embate aconteceu em 2018, e o Catar venceu por 4 a 3. 

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