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10/12/2022 às 01h10min - Atualizada em 10/12/2022 às 00h38min

Brasil cai para a Croácia nos pênaltis e adia o sonho do hexa

Seleção empata na prorrogação e perde nos pênaltis; atuação do goleiro Livaković foi crucial para a classificação dos Xadrezes

Tiago Silva - labdicasjornalismo.com
Neymar chora após a eliminação e é consolado por companheiros de seleção, Raphinha e Daniel Alves. Foto: Michael Steele/Getty Images/Yahoo! Esportes
O sonho de gerações inteiras de brasileiros em ver a seleção ser campeã do mundo de futebol foi adiado para, pelo menos, mais quatro anos. A campanha rumo ao hexacampeonato foi interrompida nas quartas de final com a derrota da Seleção Canarinho para a Croácia nos pênaltis por 4 a 2, após um empate por 1 a 1 na prorrogação. Jogo ocorreu nesta sexta-feira (09), no estádio Cidade da Educação.

O gol do Brasil saiu dos pés de Neymar em uma jogada coletiva com Rodrygo e Lucas Paquetá. Já Bruno Petković empatou após um contra-ataque inesperado e assistência de Mislav Oršić. Nas penalidades, o goleiro Dominik Livaković defendeu a cobrança de Rodrygo e ainda contou com erro de Marquinhos.

No tempo regulamentar, a escalação e formação tática iniciais foram as mesmas da partida contra a Coreia do Sul. Diferentemente do que aconteceu nas oitavas de final, o Brasil teve dificuldades para atacar e, mesmo com as jogadas pelas laterais, sofreu com a marcação croata de dois ou mais jogadores. Os Xadrezes, que evitavam dar espaços ao Brasil, não chutaram a gol uma vez sequer e criaram pouco durante os noventa minutos. O goleiro Livaković foi o maior destaque do jogo por conta das diversas defesas com as mãos e pés.

Na prorrogação, a Seleção Canarinho foi com tudo e finalmente impôs seu jogo. O gol de Neymar, nos acréscimos da primeira etapa, foi o primeiro trabalho coletivo efetivo no jogo e trouxe a esperança da classificação. Porém, os erros táticos e a falta de uma estratégia do Brasil para esfriar o jogo ou matar de vez nos 15 minutos finais foram  suficiente para que a Croácia levasse o jogo aos pênaltis.

Já nas penalidades, uma sequência de cobradores que trouxeram dúvidas: todos os cobradores croatas acertaram. Enquanto Rodrygo, estreante em Copas e Marquinhos erram. Casemiro e Pedro converteram os seus. E houve fortes críticas ao fato de Neymar, um dos melhores batedores, não ter aberto a série. 

Na coletiva, Tite anunciou sua despedida da seleção após seis anos. 
O treinador antecipou a decisão já no início do ano. Com ele o time fez 81 jogos, venceu 60, empatou 15 e perdeu seis.


1º TEMPO

Mesmo com a Croácia dominando a posse de bola em alguns momentos da partida, foi o Brasil que comandou as ações e finalizou mais. Das cinco  tentativas na primeira etapa, três foram a gol. Além disso, ambas as equipes tiveram um percentual alto nos acertos de passes: 85% para os Xadrezes, e 90% para os brasileiros.

O Brasil impôs seu jogo ofensivo logo no início. Aos quatro minutos, Vinícius Júnior fez uma das raras finalizações fora da área do Brasil. Ela foi defendida por Livaković.

Com o aperto da marcação croata, as chances de arremate ficaram minadas. Uma nova oportunidade só aconteceu aos 20 minutos da etapa, com uma jogada individual de Neymar, que também parou no goleiro croata após driblar dois marcadores.

Aos 41 minutos, após dura falta em Vinícius Júnior pela esquerda, Neymar arriscou o chute direto. Livaković, mesmo com o desvio na barreira, fez a terceira defesa segura e da mesma forma: agarrou a bola e caiu no chão.
 
2º TEMPO

O poderio ofensivo brasileiro do início da primeira etapa retornou na segunda, mas não foi suficiente para furar constantemente a defesa croata e nem ultrapassar a meta de Livaković. Apesar do jogo defensivo do adversário, foi na segunda etapa que a Seleção Brasileira se soltou mais e arriscou mais jogadas do que no primeiro. Os croatas até tentaram jogadas pela esquerda do campo, porém não chutaram em direção ao gol brasileiro. Em outras ocasiões, Thiago Silva, Marquinhos e Éder Militão anulavam as criações de jogada.

Logo no primeiro minuto da etapa, Raphinha conduziu a bola pela direita e acionou Militão. O camisa 14 arriscou o cruzamento rasteiro e Livaković, com os pés, evitou o que seria o gol contra de Gvardiol.

Um minuto depois, Vinícius Júnior e Neymar trocaram passes dentro da área croata. O camisa dez brasileiro teve a oportunidade de devolver ao companheiro, que estava desmarcado. Porém, optou pelo chute. No desvio da defesa adversária, a bola sobra em Vinícius, que para no goleiro da Croácia.

No lance anterior, houve a dúvida sobre a bola na mão de Juranović dentro da área. O VAR, porém, não deu a infração por interpretar a ação de disputa sem a intenção de bloquear a trajetória da bola.

Com nove minutos de partida, o Brasil chegou ao gol croata novamente a partir do passe de Richarlison para Neymar pelo lado direito. O camisa dez parou novamente nos pés de Livaković.

A noite inspirada do goleiro croata foi tamanha que, aos 20 minutos, ele espalmou a finalização de Lucas Paquetá, que se livrou de dois marcadores antes do chute. Dez minutos depois, ele usou os pés novamente para evitar outro chute de Neymar pelo lado esquerdo do campo.

A criação de jogadas brasileira seguiu pelo segundo tempo, mas Livaković era o nome do jogo. Aos 34 minutos, Antony fez a jogada individual pela direita e acionou Casemiro. O volante brasileiro cruzou para Rodrygo, e o camisa 21 ajeitou para o chute rasteiro de Paquetá, novamente defendido pelo camisa um croata.

Éder Militão, que fez um papel de lateral mais ofensivo e com atuações pelo meio, finalizou aos 40 minutos após o passe de Antony pela direita. A bola, no entanto, passou perto do gol croata.

1º TEMPO DA PRORROGAÇÃO

O Brasil manteve a postura ofensiva e buscou o gol de todas as formas. Desta vez, teve volume de posse de bola maior e foi tão impositivo quanto no segundo tempo; aproveitou assim as brechas geradas pela Croácia.

Apesar disso, foram os croatas que começaram com uma jogada de perigo. Bruno Petković driblou dois marcadores pela esquerda e acionou Brozović. Mesmo livre, o camisa 11 isolou a bola.

O gol brasileiro saiu aos 15 minutos da etapa, no último lance. Neymar partiu do meio-campo e trocou passes com Rodrygo e Lucas Paquetá envolveram a defesa. Na grande área, o dez driblou Livaković antes de converter. Nesse momento, disparou a festa brasileira e o silêncio croata nas arquibancadas. Mas a situação mudaria logo depois.

2º TEMPO DA PRORROGAÇÃO

Com a desvantagem no placar, a Croácia finalmente “despertou”, dominou a posse de bola da etapa e buscou a jogada crucial do empate.
Ela veio aos dez minutos, em um momento que o técnico Tite orientou os jogadores a recuar.

Este foi justamente o lance em que cinco jogadores brasileiros estavam no ataque e, a partir de um erro no meio-campo, o contra-ataque croata surgiu: Modrić recuperou a bola dos pés de Casemiro e acionou Vlašić. O camisa 13 achou Oršić livre pela lateral esquerda que, na grande área, deu a assistência para o gol de Petković. A bola desviou em Marquinhos antes de entrar, o que dificultou a defesa de Alisson.

Casemiro ainda finalizou aos 16 minutos após a sobra de bola em um cruzamento de Neymar. Livaković entrou em ação novamente e espalmou a bola e garantiu as cobranças de pênalti.

PÊNALTIS

O brilho de Livaković foi crucial para dar a vantagem aos croatas ainda na primeira rodada de cobranças. Vlašić abriu o placar, e o goleiro do Dínamo Zagreb defendeu a cobrança de Rodrygo.

Na sequência, Majer, Casemiro, Modrić, Pedro e Oršić converteram suas cobranças. Na bola decisiva, Marquinhos até tirou de Livaković, porém acertou a trave e, assim, encerrou a jornada brasileira na Copa do Mundo.


DADOS HISTÓRICOS
 

Esta foi a quarta vez nas últimas cinco edições de Copa em que o Brasil cai na fase das oito melhores seleções. Além disso, é a quinta vez seguida que a seleção sul-americana é eliminada para uma seleção europeia.

Há também a quebra de um marco: desde a derrota para a França em 1986,  foi a primeira derrota  da Seleção Brasileira em  disputas de pênaltis em Copas. Antes venceu a final contra a Itália, em 94;  a semifinal contra a Holanda, em 1998; e as oitavas de final contra o Chile em 2014.

E, com o resultado, o jejum de Mundiais chegou a vinte anos e se estenderá para, no mínimo, 24 anos. Assim, 
repete-se o período mais longo que o Brasil esteve sem conquistar o torneio, que anteriormente foi entre 1970 e até 1994.

Neymar, autor do primeiro gol da partida,  igualou-se a Pelé como o maior artilheiro da Seleção Brasileira, com 77 gols. Mesmo com as dúvidas sobre a sua continuidade na seleção, ele está a um gol de se tornar o maior goleador da camisa verde e amarela.

PRÓXIMOS JOGOS

A Croácia terá a Argentina como adversária nas semifinais da Copa do Mundo. A partida acontecerá no próximo dia 13, às 16h (horário de Brasília), no estádio Lusail.

Já a Seleção Brasileira volta a campo para início do cliclo em busca da Copa de 2026 em março de 2023, quando será a próxima data FIFA, mas ainda não  há certeza se será nas Eliminatórias ou se em amistoso. 

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