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30/01/2023 às 20h02min - Atualizada em 29/01/2023 às 10h21min

Entenda a origem e sucesso do Piseiro

Saiba como o ritmo do Nordeste conquistou o país, diferenças em relação ao Forró tradicional e seus principais expoentes

Madson Lopes - Revisado por Flavia Sousa
No ritmo do Piseiro. (Foto:G1.com).

O Piseiro, ou Pisadinha, é um subgênero derivado do Forró – ritmo consagrado da cultura nordestina. Mas diferente das outras variações, este perpassou o Brasil e quebrou fronteiras musicais após ser abraçado por artistas do Sertanejo, Funk e até mesmo do Rap. O uso da palavra começou nos anos 2000, mas foi em 2020, através dos Barões da Pisadinha, que o Piseiro estourou.

Clipe "O Piseiro Estourou" dos Barões da Pisadinha. (Reprodução: YouTube).

Leia mais: Forró, patrimônio imateral do Brasil

Origem do Piseiro

Piseiro ou Pisadinha, tanto faz. Segundo Xand Avião, ex-vocalista da banda Aviões do Forró, o Piseiro é o nome do local aonde as pessoas no Nordeste iam para dançar a “Pisadinha”, ou seja, casa de shows, boates e salões de eventos. Nesses locais, se apresentavam artistas forrozeiros com poucas estruturas e instrumentos musicais, por isso, esses músicos improvisavam com o Teclado Arranjador. Foi daí que surgiu o Forró eletrônico que, em linhas gerais, define o Piseiro.

Com o tempo e influenciado por outros gêneros, o Piseiro foi se distanciando ainda mais do Forró tradicional, sedo o DJ Ivis um dos principais responsáveis por essas mudanças. O ex-produtor da banda Aviões do Forró, transformou a estética das bandas e artistas do gênero.

Piseiro é Forró pop

As bandas de Forró tradicional eram gigantescas: backing vocals, guitarras, baterias, metais e bailarinas. DJ Ivis falou em entrevista que queria “dá uma limpada no palco” eliminando esses instrumentos e estruturas, passando a utilizar somente sintetizadores e o teclado arranjador, que grava nele próprio o acompanhamento de bateria, percussão e outros instrumentos, deixando o som mais objetivo e criando uma batida que pudesse soar melhor “pra tocar no paredão”- jargão popular no Nordeste.

O teclado que, á princípio, era utilizado por necessidade, já que os forrozeiros regionais não tinham condições de montar uma banda completa, agora é a estrela do Piseiro, sem ele o ritmo não teria a mesma identidade.


Teclado Arranjador, a estrela do Piseiro. (Reprodução: Pablin Teclas/Youtube).

Expoentes e hits do Piseiro

O baiano Nelson Nascimento é considerado o precursor do gênero. Ainda em 2004, ele lançou o disco ‘Rei da Pisadinha', que fez sucesso no Nordeste. Em 2007, já morando em São Paulo, uma das suas músicas, ‘Fazer Beber’, estourou na capital. O hit fez tanto sucesso que fora regravada por Gustavo Lima, contando com a presença do jogador Neymar, na gravação do clipe oficial.

Depois desse sucesso, o gênero experimentou um breve silêncio, mas, se manteve em alta no Nordeste. Retornando novamente ao topo das paradas em 2019, com a chegada dos Barões da Pisadinha, duo baiano formado por Rodrigo e Felipe Barão. E mais uma fez, uma de suas músicas estourou através de Neymar, que apareceu dançando ‘Tá Rocheda’ em suas redes sociais. Depois disso, a dupla emplacou vários hits, dentre eles: Esquema Preferido e Basta Você Me Ligar.

Outro nome importante dentro do ritmo é o Zé Vaqueiro, de 24 anos. O jovem de Ouricuri, Pernambuco, estourou com os hits Leticia e Volta Comigo BB. Mas foi com sua “Dancinha do Zé Vaqueiro” que o artista arrebatou os corações da geração Tik Tok.


Dacinha do Zé Vaqueiro. (Reprodução: Shorts/YouTube).


Além dele, João Gomes, de 20 anos, é outro sucesso disparado do Piseiro. Seu hit ‘Meu Pedaço de Pecado’ foi à música mais tocada nas plataformas digitais do ano de 2021. O jovem cantor, abraçou essa nova vertente do Forró, preservando as tradições do vaqueiro poeta, e da “pegada” do Forró de Vaquejada.



Erick Land, Tarcísio do Acordeon, Vitor Fernandes, Marcynho Sensação e Nathanzinho - do hit ‘Tem Cabaré Essa Noite’-, também são nomes consagrados na Pisadinha.

E assim como no Sertanejo (de onde saiu o Feminejo), o Piseiro chama atenção pela quantidade de cantoras. Dentre elas, a mineira de apenas 16 anos, Brisa Star, dona do hit ‘Se Joga no Passinho’; a baiana Cris Lima, conhecida por preservar em suas letras linguagens próprias do sertão; e Mari Fernandez, que está há duas semanas no Top 50 do Spotify Brasil, com a música ‘Eu gosto assim’. Cearense de 21 anos, Mari é chamada de ‘Marília Mendonça do Piseiro’, por abordar a temática da sofrência.

Se você gostou de saber mais sobre este gênero, confira aqui uma playlist com suas melhores músicas.


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