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16/07/2019 às 18h42min - Atualizada em 16/07/2019 às 18h42min

Bruna Tomaselli: "Inspirar mais mulheres no esporte e na vida"

A piloto nascida em Santa Catarina contou para o Lab Dicas de Jornalismo um pouco sobre a carreira no automobilismo

Lucas Neves - Editado por Amanda Cruz
Bruna Tomaselli. Foto: Reprodução/Facebook
Bruna Tomaselli, 21, nasceu na cidade de Caibi, no interior de Santa Catarina e desde os sete anos pilota karts. Atualmente, a brasileira disputa a USF2000 Cooper Tires e, é a única mulher da competição. O torneio faz parte do programa Road To Indy, que é dividido em várias categorias e visa amadurecer jovens pilotos para a Fórmula Indy, uma das categorias mais importantes do automobilismo norte-americano.

Tomaselli já competiu na F4 Sul-Americana, participou do Junior Program da Porsche Cup Brasil e foi uma das selecionadas para participar dos testes da W Series, uma categoria de monopostos exclusivamente feminina.  A piloto, contou para o Lab Dicas de Jornalismo sobre planos para o futuro e como foi todo esse processo. Confira na íntegra:

 
LAB DICAS: Quais são os maiores desafios no início da carreira de um piloto? Quais são as dicas que você dá pra quem pretende seguir neste esporte?
 
BRUNA: O maior desafio para a carreira de um piloto, eu acredito que seja a busca por patrocínios. Como é um esporte caro, o patrocínio é essencial para o piloto seguir carreira e competir em equipes e categorias de alto nível. Eu estou sempre em busca de novos patrocinadores e apoiadores para poder seguir meu sonho. Sobre as dicas, o que eu posso falar para quem pretende seguir nesse esporte é acreditar sempre no seu potencial e treinar muito e se dedicar, que você vai conseguir.

L.D: Quando você decidiu se tornar piloto? Era uma paixão antiga? Como você começou? 

BRUNA: Eu sempre gostei de carros e me interessei por corridas. Sempre pedia para o meu pai me deixar dirigir o carro dele e desenhava carros. Quando eu tinha sete anos, meu pai me levou para assistir uma corrida de kart em São Miguel do Oeste, uma cidade próxima a minha [Caibi-SC], localizada no oeste de Santa Catarina, e alguns dias depois ele me disse que ia me dar um kart de presente. No começo era mais brincadeira. Treinava toda semana em São Miguei do Oeste e minha família ia junto. Pai, mãe, vô, vó, tios, tias, primas, era uma diversão. Eu participava de corridas pequenas na região e com o passar do tempo comecei a competir em campeonatos maiores, de nível nacional, algumas provas internacionais, e com o tempo fui subindo de categorias. Passei por todas as categorias no kart e desde meus 15 anos estou competindo de Fórmula. 


L.D: O que você sentiu quando saiu da F4 Sul-Americana e foi para os EUA correr na USF2000, uma das categorias do programa Road to Indy? Foi um choque muito grande? O que você mais curte nesta categoria?

BRUNA: É sempre bom poder subir de categoria e ainda mais em um nível alto. A USF2000 faz parte do Road To Indy, corremos junto com a Fórmula Indy e isso é muito bom. Além de aprender muito na pista tem muita visibilidade também. O campeonato é muito competitivo. Desde meu primeiro ano competindo lá, acho que a maior diferença foi com o grande número de pilotos participando e a quantidade de gente que assiste nossas corridas. O que eu mais curto é tudo (risos). As corridas sempre são muito boas. Temos sessão de autógrafos e corremos no mesmo fim de semana da Indy. É sempre muito bacana, com muitos fãs e muita adrenalina.

L.D: O que mais te motivou a ir para os EUA?

BRUNA: Bom, quando eu decidi subir de categoria, nós tínhamos duas opções: ou ir para a Europa ou para os EUA. Optamos pelos EUA por ser mais viável, financeiramente falando, e também por ser um campeonato de nível muito alto que me proporcionaria um grande aprendizado e boa visibilidade.

Bruna pilotando o carro #24 na USF2000. Foto: Divulgação/Indy
 
L.D: Quem é a sua maior inspiração dentro do esporte?

BRUNA: Ayrton Senna. Mesmo eu tendo nascido em 97, sempre vejo vídeos dele e isso me inspira. Não somente ele dentro da pista, mas também como pessoa, fora dela. 

L.D: Aqui na América do Sul, qual foi a categoria mais importante pra você? Qual foi a que mais te projetou para a América do Norte?

BRUNA: Todas as categorias que eu já competi foram importantes para chegar na USF2000, desde a época do kart. Sempre subi degrau por degrau com o objetivo de aprender o máximo para estar sempre bem preparada. 

L.D: Há especulações acerca de uma etapa da Indy ser disputada no Rio de Janeiro. Já se imaginou correndo na cidade que foi palco, entre 1996 e 2000, da CART, uma antiga categoria de monopostos norte-americana que deu lugar ao que hoje é a IndyCar Series?

BRUNA: Pensar em correr no Brasil é algo que faz o coração acelerar, acho que a ideia é boa. Não sei se vai sair do papel, mas seria muito bacana para todos os fãs do Brasil. 

L.D: Você foi selecionada para fazer testes na W Series, uma categoria exclusiva para mulheres. Como foi essa experiência? Conte como foi esse processo.

BRUNA: A W Series é a primeira categoria com o grid composto somente por mulheres. Houve uma seleção no mundo todo. Tínhamos que nos inscrever e de mais de 100 pilotos inscritas, eles selecionaram 55 para participar de testes na Áustria, que foi em janeiro desse ano. Eu fui uma dessas selecionadas eu fiz os testes. Foram testes físicos, testes em uma pista cheia de neve, vários testes. Infelizmente eu não fui selecionada para a segunda fase, porém, já estou me preparando e esperando ansiosa para a seleção deste ano. 

L.D:  Em 2018, você retornou para o Brasil para participar do Junior Program, da Porsche Cup. Como foi estar de volta e participar do programa desta categoria que está crescendo por aqui?

BRUNA: Foi muito bacana. Um grande aprendizado. Como eu só tinha competido de fórmula, a experiencia valeu muito. Tinha muitos pilotos bons e grandes nomes, em uma categoria que é referência aqui no país. 

L.D: Ainda falando de categorias brasileiras, quais são as chances de um dia você disputar a Stock Car Brasil, atualmente a maior categoria do automobilismo nacional? Já se imaginou correndo ao lado do carro número 3 da Bia Figueiredo?

BRUNA: Esse é uma das minhas possibilidades para o futuro. No momento eu estou focada em fórmula, trabalhando para conquistar um ótimo resultado no campeonato da USF2000 esse ano. Claro que no futuro correr ao lado da minha inspiração dentro das pistas seria uma grande honra. 

L.D: Quais são seus planos para o futuro dentro dos esportes a motor?

BRUNA:
 Meu sonho sempre foi chegar na F1. Meu objetivo para ano que vem é me classificar para a W Series, que tem como objetivo preparar uma piloto para chegar a F1 um dia. E entre os meus planos a longo prazo é poder ganhar minha vida com isso, competindo em uma categoria de nível mundial e poder sempre inspirar mais mulheres no esporte e na vida. 

 

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