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10/02/2023 às 11h11min - Atualizada em 10/02/2023 às 10h55min

A TRAGÉDIA QUE JAMAIS DEVERÁ SER ESQUECIDA

Juliana Alves - labdicasjornalismo.com
 
 
Por memória
Por justiça
Para que não se repita
 
 
 
O luto permanece mesmo após 10 anos, assim também como a sensação de injustiça e descaso da política brasileira sobre o terceiro maior caso de acidente em casas noturnas do mundo que ocorreu em Santa Maria, a tragédia da boate Kiss.
O caso ganhou ainda mais destaque pela minissérie lançada na Netflix inspirada no livro de Daniela Arbex que compõe o mesmo nome “Todo Dia a Mesma Noite” - apresentada ao público de uma maneira empática a história dos jovens que perderam a vida naquela noite e a luta dos familiares por justiça, batalha que perpetua até os dias atuais.
Uma situação que mudou a vida de todos da cidade do interior do Rio Grande do Sul.
Nos deparamos com Isabela Galves, ainda jovem que vivenciou toda a situação de perto desabafa.

- A cidade ficou devastada, foi muito triste, era uma tristeza que doía o peito. 

Isabela agora com 28 anos ainda guarda toda a angustia experienciada. Possuía 18 anos na época, recém chegada na cidade na ânsia de fazer novas amizades e construir um lar naquele local. Mas se deparou com a tragédia e tudo foi escurecendo aos poucos, com  a calamidade que estendia após o incêndio.

-Após o ocorrido, em todas os aniversários da tragédia, é feita vigília e homenagens, o que mexe muito com os sentimentos de todos. Muitos familiares desenvolveram depressão e  traumas, que mesmo após anos, não foram curados. O sentimento mais visível é o  da impunidade.

O incêndio que se alastrou rapidamente, deixou 242 mortos e mais de 630 feridos, a maioria dos mortos eram constituídos por jovens estudantes com 18 anos a 21 anos de idade. A catástrofe não afetou somente a cidade de Santa Maria, mas o Brasil como um todo. Os jovens brasileiros, começaram a tr um alerta maior a respeito dos lugares que frequentavam. Como nos informa Dayane de 22 anos, natural de São Paulo Capital. 

-Comecei avaliar melhor os lugares que frequento, dou preferência para lugares abertos. Me abalou a situação pelo fato de que poderia ser eu nessa situação, meu irmão e amigos.

 
Assim na série como no livro, nos é apresentado mais detalhes dos jovens que se divertiam na Kiss na noite do incêndio, emocionando à todos pela riqueza de detalhes, realizando a aproximação da arte com a vida.
Ainda no ano de 2023, as responsabilidades da imprudência estão em apuração, no processo criminal, os empresários e sócios da Boate Kiss, Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann, o vocalista da Banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos e o produtor musical Luciano Bonilha Leão, respondem por homicídio simples.
Porém, a falha da liberação do local para uso, envolve diversas pessoas, principalmente agentes políticos  e serviços públicos. Órgãos que, segundo a apuração dos policiais responsáveis pelo caso na época, ocultaram  provas durante o recolhimento das evidências.
Isabela Galves prossegue com o seu depoimento sobre a situação:

- Conheço pais que perderam seus filhos e ainda buscam por justiça, porém não tem mais forças para irem aos julgamentos e enfrentarem o tribunal, devido aos diversos gatilhos provocados. Então apesar de quererem que alguma coisa seja feita, muitas famílias não encontram mais forças para lutar e abandonam a causa, por já se passarem 10 anos e nada foi resolvido ainda.
 
A tragédia da boate Kiss jamais será esquecida pelo país e pelos familiares que perderam seus entes queridos. O sentimento de impunidade e angustia perpetua pela cidade de Santa Maria, que jamais será a mesma.
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