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17/07/2019 às 13h42min - Atualizada em 18/07/2019 às 13h42min

Música Gospel: carreira e dificuldades

Apesar do maior número de cristãos no país, a música gospel ainda é pouco valorizada

Mariana Jardim
A direita Renzo Vivano e a esquerda João Manô (Foto: arquivo pessoal)

Conferências e congressos que atraem o público cristão (que na internet se denominam como webcrente) vendem cada vez mais ingressos. Segundo dados do IBGE de 2018, os cristãos, sejam católicos e evangélicos, no Brasil somam mais de 86,8% e em 2020 serão maioria no país. Eventos como o The Send, que ocorrerá em São Paulo no mês de fevereiro do ano que vem, reúne jovens de todos os lugares do Brasil.  Em Goiânia também acontecerá um evento religioso tradicional, a Conferência Jovens Fortes, que será realizada em agosto deste ano. Segundo os organizadores, o evento promete superar o número de 50 mil pessoas no estádio do Serra Dourada.  

A música gospel tem acompanhado essa expansão do movimento. Os cantores e compositores, João Manô e Renzo Vivano apostam nas plataformas digitais para divulgarem os trabalhos que realizam. O produtor musical, Maurilio Eduardo explica que o mercado de músicas cristãs cresce tanto por ter letras de fé, esperança e paz. “Mostram um amor que eles não encontram nos outros estilos. O ser humano gosta de se sentir amado, seja por Deus ou por alguém”.

Mesmo que a expansão gospel tenha aumentado, a carreira musical ainda tem suas dificuldades. Renzo Vivano é cristão evangélico e diz que o público que o acompanha é bem específico. “As dificuldades são diversas, mas a maior delas é o objetivo de seguir carreira e viver disso”. Renzo nasceu num lar cristão protestante. O pai de Renzo fazia parte de uma banda e isso inspirou o filho.

A origem de João Manoel, ou João Manô como é conhecido, não é tão diferente. O artista começou cedo na música e aos 9 anos já tocava violão. Manô conta que sempre gostou de compor sobre a visão dele do mundo. Criado em um lar cristão, aos 18 anos conheceu um amigo, Marcos Teles, com quem dividiu a oportunidade de cantar as músicas em um congresso. Em seguida, conheceu outros dois amigos, Filipe Guia e Daniel. “Conhecê-los me fez viver esse sonho tão real”, afirma. 
  
Ser um músico nos dias atuais demanda tempo, disposição, dedicação e investimento. João Manô explica que um dos seus maiores problemas é a falta de incentivo da igreja, da comunidade e da região. “A gente muitas vezes não tem o mínimo reconhecimento financeiro, as pessoas acham que por sermos músicos cristãos não merecemos receber um cachê ou uma oferta generosa”.  

Música Gospel x Música Secular

A música gospel se difere da música secular. O que faz uma música ser gospel é o propósito para o qual ela é escrita, ela fala sobre o amor do Pai e de nosso amor por Ele. Já a música secular é sem propósito, fala sobre amizade, relacionamentos entre pessoas, sobre a vida e as situações cotidianas. A acadêmica evangélica, Bianca Vilaça diz que as músicas cristãs estão “perdendo o rumo”, colocando o homem como foco e não Cristo.  “Letras fiéis à Bíblia precisam ser cristocêntricas, ou seja, precisam estar conectadas com a verdade do Evangelho”, declara Bianca.

Editado por Pâmela Rita

 


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