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22/02/2023 às 17h54min - Atualizada em 17/02/2023 às 09h02min

Ghoul girls: estética gótica retorna às passarelas após sucesso de Wandinha

Como estilistas, designers e celebridades trazem as tendências da tv para a vida real

Mateus Macêdo - Editado por Laís Rodrigues
Foto/Reprodução/ Instagram (@jennaortega)

O recente sucesso da série Wandinha, como parte da nova geração de terror em Hollywood e a aclamação das atrizes Jenna Ortega e Mia Goth, consideradas as novas “musas do terror” trouxeram de volta o olhar da moda e da beleza para a estética gótica, mas dessa vez de uma forma diferente. A chamada "Ghoul Girl" traz uma estética marcada pelos cabelos escuros, sobrancelhas finas, ou descoloridas, maçãs do rosto bem contornadas, boca nude e o olhar marcante, com sombras pretas ou escuras. 

A ideia de uma gótica descolada começou a ganhar força nas redes sociais e também entre as famosas, Kylie Jenner, Julia Fox e a modelo Bella Hadid, foram algumas das celebridades que aderiram a moda renovando o estilo gótico dos anos 1990. Do qual teve como principal precursora a atriz Angelina Jolie, além dos filmes da época, Drácula de Bram Stoker (1992), Entrevista com Vampiro (1994), Jovens Bruxas (1996) e A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça (1999), que tinham tudo a ver com a atmosfera gótica. 

Esse sucesso não se limitou apenas à internet, as ghoul girls estão também nas passarelas. A estética ganhou espaço nos desfiles das semanas de moda de primavera/verão de 2023 com olhos bem marcados, um esfumado preto bagunçado, delineados gráficos, lápis borrado e o preto como cor predominante. Esse estilo marcou presença nos defiles de marcas como a Paco Rabanne, a Dior, a Dolce & Gabbana, a Louis Vuitton e a Tom Ford.
 

Para a professora do Instituto de Cultura e Arte da Universidade Federal do Ceará e coordenadora do Laboratório de Estudos de Imagem e Estética, Gabriela Reinaldo, as tecnologias de comunicação atuais se desenvolveram na prevalência da imagem e entre as já produzidas e difundidas, o rosto é o principal elemento na comunicação de massa.

“Para onde nos viramos há rostos. A produção e veiculação desenfreada de rostos – diga-se de passagem sempre muito parecidos, o que acentua o caráter racista e xenófobo dessa produção – nos distrai do fato de que o rosto não apenas está na mídia, mas o próprio rosto é uma mídia, um meio, um veículo de comunicação.”  

O rosto está cada vez mais em destaque e consequentemente as maquiagens vem tomando um grande espaço nas produções audiovisuais, principalmente nas séries, onde ela vem sendo utilizada como forma de narrativa visual. Cada cor, cada sombra, cada elemento colocado na maquiagem de um filme ou série é extensamente pesquisado, pensado e elaborado para complementar a narrativa de cada personagem a partir da visão da equipe da direção de arte e figurino. 

Essas estéticas já não ficam mais só nas obras, elas conquistam o público e acabam sendo trazidas para o mundo real. Um grande exemplo disso foi Euphoria, série da HBO, criada pelo diretor Sam Levinson que se tornou uma das produções mais bem avaliadas do ano de 2022, que trouxe um novo olhar para a maquiagem no meio audiovisual por sua estética e looks marcantes, principalmente, nas maquiagens.

Apesar da influência do cinema na moda e na beleza não ser algo novo, esse movimento está cada vez mais influenciando estilistas, designers e celebridades que estão atentos ao que está fazendo sucesso na tv e nos streamings.

 

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