Marcelo Camargo/Agência BrasilO prazo para a entrega da declaração do Imposto de Renda da pessoa física 2023 (DIRPF) começará no dia 15 de março e será estendido até o dia 31 de maio. Até a data final, os contribuintes poderão usufruir da declaração pré-preenchida, que, segundo o Supervisor Nacional do Programa do Imposto de Renda, José Carlos Fernandes da Fonseca, "proporciona menos erros e maior comodidade ao declarante".
A declaração pré-preenchida é um documento composto com informações sobre o contribuinte fornecidas à Receita Federal por meio do DIRF - Declaração de Imposto de Renda Retido da Fonte, enviado por bancos, empresas e outras instâncias. A partir dela, o trabalhador deve apenas confirmar, alterar ou complementar os dados antes de enviar o documento. Atualmente, a declaração pré-preenchida está disponível na plataforma "Meu Imposto de Renda" no site gov.br.
No entanto, neste ano, não apenas a declaração pré-preenchida será sinônimo de mudança para os trabalhadores brasileiros. O presidente Lula, em entrevista à CNN Brasil, confirmou o reajuste do salário mínimo a partir do dia 1° de maio, data que coincide com o feriado do dia do trabalhador. Com a mudança, o governo vai aumentar o salário mínimo atual de R$1.302 para R$1.320.
A faixa de isenção do Imposto de Renda, segundo o presidente, também será elevada. Atualmente, a faixa é de até R$1.903,98 e será reajustada até dois salários mínimos, o que representaria R$2.640. Para o professor de Economia da Universidade Federal da Bahia Marcos Sampaio, o ajuste da faixa de isenção favorece os trabalhadores brasileiros, mas reitera que a medida "provoca algum alívio, mas o país precisa de políticas que estimulem a geração de empregos e qualificação da mão de obra, combinadas com eficaz controle inflacionário."
O cenário inflacionário brasileiro não é considerado positivo pelos economistas, já que a previsão é que a meta de inflação, fixada entre 1,75% e 4,75%, deve ser estourada mais uma vez pelo terceiro ano consecutivo. Isso implica na diminuição do poder de compra, que impacta diretamente as famílias mais pobres do Brasil.
Em campanha, Lula afirmou que pretendia elevar a taxa de isenção do imposto de renda até a faixa dos $5.000. Para Sampaio, essa meta é, na verdade, um grande desafio em vista do cenário econômico atual. "A queda na arrecadação superaria os R$100 bilhões (de reais) e a recuperação desse montante passaria por uma reforma tributária que buscasse outras fontes de compensação", completou o professor.
