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03/03/2023 às 10h50min - Atualizada em 03/03/2023 às 10h44min

É tempo de recalcular a rota e fazer da diversidade uma obrigação nos setores profissionais

Raíssa Junqueira - Editado por Luana Zuin
Thaynara Carvalhal e Well Almeida
A pluralidade de perfis pode ser um fator de sucesso para um negócio, mas parece que nem todas as empresas entendem muito bem a importância disso.

Well Almeida, modelo e estudante de audiovisual, fala sobre a dificuldade de encontrar seu perfil em campanhas publicitárias. “Pelo fato de eu ser uma pessoa trans, os trabalhos que faço são sempre voltados apenas para a comunidade LGBTQIAP+, não há uma pluralidade em comerciais e campanhas de dia dos namorados, dia das mães ou comerciais de margarina”.

Quando falamos em diversidade, não podemos deixar de falar do preconceito presente em corpos não-padrão, que infelizmente muitas marcas carregam. Os corpos ditados como diferentes do comum nem sempre são aceitos pelo público dessas marcas e, por isso, não incluído nestas.

O ponto positivo é que existem marcas que se preocupam com isso e se atentam na inclusão. “Falar de moda é muito mais que falar de roupa. Quando penso em alguma campanha que possa me representar, eu sempre observo se há identidade, essência, moral e política. Não só na campanha, mas na marca como um todo.” Conta Thaynara Carvalhal, designer de moda.

Ainda que haja uma dificuldade de representatividade nos modelos é importante que a marca em questão seja representativa não somente em suas ações publicitárias, mas também como um todo. Vemos muitas empresas falando sobre respeito e adicionando pessoas fora do padrão em publicidades, mas sua equipe toda é de pessoas brancas, cis, etc.

Well fala sobre a inclusão de marcas além de campanhas: “Incluir essas pessoas em suas empresas, nas equipes, internamente, torna a empresa inclusiva. Não adianta querer em uma campanha, sem ter uma vivência para que aquilo seja transmitido de forma sincera”.

De acordo com o relatório “Fixing the Flawed Approach to Diversity”, feito pelo Boston Group Consulting, somente 17% dos colaboradores-alvo das iniciativas de inclusão se considera, de alguma forma, beneficiados por elas. Por isso, Thaynara fala sobre como a seleção de pessoas funciona para diferentes campanhas.

“Primeiramente pensamos em que público aquela campanha atingirá. Estudamos o perfil de cada grupo: jovens, modernos, vintage, contemporâneo etc. Após esse estudo, é quando começa a busca de modelos com tais características de cada grupo”. Dessa forma, as campanhas podem ser pensadas para atingir o público geral.

Mais mulheres pretas estão tomando espaço em lugares que antes lhes eram negado, seja em campanhas, ou espaços de destaque nas empresas. Pessoas trans, gordas, PCD’s também tem sido mais inclusas em espaços que sempre lhe foram de direito. O importante é que isso cresça e faça cada dia mais parte da realidade.

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