Fonte: Marvel Studios O final da fase 3 da Marvel, também conhecida como “Saga do Infinito”, foi um estrondo. O público saiu mais animado e querendo muito mais filmes, a crítica via potencial nos projetos seguintes e tudo parecia caminhar bem. Conforme as produções foram lançadas, muitas delas tendo passado por dificuldades pelas limitações da pandemia, vimos uma outra realidade.
A fase seguinte serviu para incluir novos projetos ao então novo streaming, Disney+, e contou com séries que iriam fazer parte do mesmo multiverso dos filmes que estariam saindo no cinema. Foi nessa fase que as dificuldades começaram a ficar cada vez mais visíveis: necessidade de interligar tudo, seguir os prazos mesmo com o atraso dos meses de lockdown, expansão para outros formatos além dos filmes.
Foi um período conturbado para a credibilidade da empresa perante a crítica também. Aspectos técnicos que por vezes fogem da atenção de alguns fãs, não foram perdoados, como o trabalho de CGI. Com uma demanda tão grande, e com poucas empresas fazendo esse trabalho, o CGI da Marvel acabou decaindo muito nos últimos anos. Um ótimo exemplo foram alguns efeitos especiais que vimos em filmes “menores” do universo como Doutor Estranho 2, Thor 4 e Viúva Negra.
Após diversos problemas, finalmente a fase 4 é encerrada com o filme “Pantera Negra: Wakanda Para Sempre" no fim de 2022. Agora, na fase 5, cuja as portas são abertas com “Homem-formiga e a Vespa: Quantumania", a promessa era dar o pontapé inicial para algo mais focado e com qualidade individual, coisas que deixaram a desejar nos últimos anos.
O novo filme da Marvel não deixa, infelizmente, de reproduzir seus vícios. Entre eles, deixar toda a sua razão de existir para a cena pós-créditos — e, por consequência, para o próximo filme.
Sua grande razão de existir, e talvez única com sentido, é apresentar Kang, o Conquistador. O vilão de Jonathan Majors será o grande antagonista das fases 5 e 6 do MCU. A introdução de Kang acaba se sobrepondo a todos os demais aspectos do filme, que parecem estar ali para preencher tabela.
Tudo isso acima somado parece não ter efeito suficiente para sacudir os diretores, roteiristas e o próprio Kevin Feige. Seja por ainda confiar nas histórias ali contadas, seja pelo sucesso contínuo nas bilheterias, o caminho trilhado continua.
Fato é que, para os chamados de crítica especializada, este sucesso de bilheteria em nada reflete o material apresentado. Com 358 críticas computadas até o momento, o filme conta apenas com 48% de aprovação no Rotten Tomatoes, tendo o segundo pior resultado de um filme da Marvel no agregador de análises.
Por meio do Instagram, a Marvel comemorou a permanência de seu filme mais recente na liderança das bilheterias dos Estados Unidos. Atualmente, o longa já passa dos 622 milhões de dólares. Esses números, por sua vez, não refletem em nada os problemas que parecem terem se tornado bolas e mais bolas de neve nas qualidades dos seus filmes mais recentes. Além disso, deixa um gosto amargo para seguir acompanhando os próximos projetos.
Os fãs mais fiéis da franquia devem, em algum ponto, ficar felizes pela continuidade. O público de massa parece ainda comprar essa ideia e encher as salas de cinema, também. Porém, até quando essa incessante sensação de “tem mais por vir” com cenas pós-créditos e produções por cima de produções vai continuar gerando interesse? Cenas para os pós do nosso presente.
REFERÊNCIAS:
SILVA, Bruna. Está na hora de deixar o MCU de lado. Chippu, 2023. Disponível em: < https://www.chippu.com.br/noticias/opiniao-esta-na-hora-de-deixar-o-mcu-de-lado > acesso em: 27 de fev. de 2023.
MARVEL não está preocupada com bilheteria de homem-formiga. Uai, 2023. Disponível em: < https://www.uai.com.br/app/entretenimento/cinema/2023/02/27/not-cinema,318922/marvel-nao-esta-preocupada-com-bilheteria-de-homem-formiga-3-estamos-orgu.shtml >. Acesso em: 27 de fev. de 2023.
ESMERALDO, Sabryna Fase 4 da Marvel / Tudo sobre os filmes e séries. Aficionados, 2022. Disponível em: < https://www.aficionados.com.br/fase-4-mcu-filmes-series/ >. Acesso em: 27 de fev. de 2023.
