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04/03/2023 às 14h52min - Atualizada em 04/03/2023 às 13h58min

Camaradas, Uni-vos! Atomic Heart lançou!

Já podemos viver a União Soviética tecnológica no título de Mundfish

João Vitor O. Santos - Editado por Ana Terra
Fonte: MundFish/Divulgação

Atomic Heart ambienta uma utopia Sci-Fi na União Soviética. Desenvolvido pela Mundfish e publicado pela Focus Entertainment e 4Divinity no dia 21 de fevereiro. O game recebeu holofotes por conta de um rumor sobre conter 6 horas de cenas de sexo na sua gameplay. Acompanhado das polêmicas e do hype garantido pelo seu trailer de divulgação na The Game Awards 2022, Atomic Heart esbanjava grandes expectativas em seu escopo. Afinal, o game é tudo isso mesmo?


As notas dadas ao título são bem balanceadas, cada um pode ter uma percepção bem única sobre o game, mas para conseguir embasar bem as opiniões, é preciso fazer igual os Beatles em “Back in the U.S.S.R”, pois o game se passa em uma linha do tempo alternativa de 1955 em que a União Soviética se tornou uma grande potência mundial com diversos avanços tecnológicos literalmente caminhando entre os cidadãos. Digo isso porque robôs e inteligências artificias já são uma realidade naquele mundo e, é literalmente esse o problema que o nosso protagonista vai ter que enfrentar.  

A arquitetura gélida, a camaradagem e, claro, a filosofia comunista estão em seu completo ápice de representação. A sociedade retratada em Atomic Heart vivia em harmonia e equilíbrio, lidando perfeitamente com a tecnologia que se toma a disposição de auxiliá-los. Entretanto, como mencionei um pouco antes, é exatamente do bem da tecnologia que o mal surge. Acontece que todo esse equilíbrio é deturpado quando um traidor consegue virar a inteligência artificial dos robôs contra os humanos. 

Para salvar as pessoas da morte certa e conter os avanços dessa rede maléfica, Sergei Nechaev – ou P-3 -, o nosso protagonista, é convocado. P-3 é um militar tanto quanto instável mentalmente e é através de seus olhos que o jogador vai mergulhar nas propostas de Atomic Heart. 




Atomic Heart é uma sopa de influências que tem tudo que se espera para alguma produção baseada nesse plot. Tem o seu protagonista Bad Ass acompanhado de uma trilha de rock pesado como em Doom e tem a sua estética (e narrativa) consideravelmente relacionada ao já consagrado e amável Bioshock. Na verdade, alguns pontos da tecnologia apresentada em Atomic Heart são tão semelhantes a Bioshock que alguns fãs já o consideram um sucessor espiritual. 

No início de tudo, nem a semelhança com Bioshock e nem a rítmica pesada do rock salvam o jogador da tediosa introdução. Até o jogo realmente deslanchar, o player ainda vai ter que bater muito a cabeça para aprender como e quando usar as poucas habilidades distribuídas nesse início. É até confuso de se pensar que um game que sempre se vendeu com cenas eletrizantes de combate e destruição fosse nos forçar a ser devagar e cautelosos – talvez até em stealth – para conseguir passar de fase sem gastar a pouca munição entregue e ficar à mercê de apenas um machado.  

É necessário mencionar que esse foi um dos maiores problemas notados pelo player. A nota mais baixa foi da Twinfinite e menciona exatamente isso: “Apesar de ser uma fórmula de combate promissora, bem como dos sistemas de suporte por trás dela quando se trata de habilidades, criação e atualizações, também existem vários aspectos igualmente frustrantes que atrasam o jogo.” 

Isso pode pesar bastante na decisão de um jogador casual que tem que escolher qual comprar entre os dois grandes lançamentos de fevereiro: Hogwarts Legacy e Atomic Heart. O game de Harry Potter sem Harry Potter tem o combate como um dos pontos mais fortes da gameplay. 

Para ser mais justo, vale lembrar a nota mais alta, que, por sua vez, veio da GamingTrend. Ela menciona a narrativa como o ponto mais forte do game: “Atomic Heart faz jus a todo o hype e a todas as suas promessas; um incrível jogo de estreia para Mundfish […]. Este não é apenas o meu jogo favorito deste ano, pode ser um dos meus favoritos da década.” 

E é exatamente isso. Atomic Heart, apesar da sua lentidão na introdução, consegue comprar a atenção do player com uma narrativa e um mundo extremamente interessantes. Viajar pelas terras da grande mãe Rússia e combater a insurreição das máquinas foram idéias muito bem trabalhadas e muito bem entregues aos jogadores.  

 

POLÊMICAS 

Não tem como falar de Atomic Heart sem mencionar a grande polêmica que o acompanha. Surgiu um rumor, provavelmente em algum fórum da internet, de que o game teria cerca de 6 horas de cutscenes de sexo. Bom, na história principal não tem isso. E nenhum player encontrou – por enquanto – algo parecido durante as explorações do game. Quando o estúdio foi questionado sobre isso, ele apenas respondeu: “descubra você mesmo”. 
 




Uma outra polêmica, agora mais recente e mais pesada é sobre um desenho animado racista que aparece em uma TV durante a gameplay. A animação em questão é “Nu, Pogodi!” conhecido em aqui no Brasil como “Lobo Pateta” que foi transmitido na grade do Xou da Xuxa na década de 80. O episódio racista que aparece na TV de Atomic Heart traz um retrato estereotipado e extremamente racista de um nativo africano. O estúdio Mundfish pediu desculpas pelo acontecimento e prometeu atualização para remover o desenho.  

Atomic Heart está disponível para PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X|S e PC. O game também já está disponível na plataforma da Xbox Game Pass tanto para ser baixado quanto para ser jogado em núvem através do Xcloud.  

 

REFERÊNCIAS

CUSTÓDIO, A. Estúdio de Atomic Heart se desculpa por animação ofensiva e promete correção MEUPLAYSTATION 25 de fev. de 2023. Disponível em: <https://meups.com.br/noticias/estudio-de-atomic-heart-se-desculpa/> Acesso em 28 de fev. de 2023. 

WIJERATNE, A. Does Atomic Heart Have Six Hours Cut Scene? Answered NERD STASH 25 de fev. de 2023. Disponível em: <https://thenerdstash.com/does-atomic-heart-have-six-hours-cut-scene-answered/#:~:text=The%20rumors%20began%20with%20an%20unsubstantiated%20claim%20from%20the%20unpublished,hour%20cutscene%20in%20Atomic%20Heart.> Acesso em 28 de fev. de 2023. 

 


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