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07/03/2023 às 17h16min - Atualizada em 07/03/2023 às 16h59min

Dia Internacional da Mulher | As mulheres na Cultura Geek

A presença feminina na cultura geek vem crescendo no decorrer dos anos

Joérica Cunha - Editado por Letícia Nunes
Fonte: Lucasfilm / Divulgação | Reprodução: Google Images


O público feminino, apesar de ainda não ser maioria consumidora da cultura geek, representa um grande número de pessoas, e que tem crescido exponencialmente nos últimos anos. Em 2016, apenas 15% de mulheres consumiam produções geeks, enquanto os homens representavam 83% do público total. Dados da Pesquisa Geek Power de 2019 apresentou que o público feminino aumentou para 37%, enquanto o público masculino caiu para 63%.

Ao analisarmos áreas especificas do mundo nerd, percebemos uma presença feminina muito maior, por exemplo: as mulheres já são maioria entre os gamers, representado 51,5% do público total segundo a Pesquisa Game Brasil de 2021.

Mas, apesar dos números mostrarem que a presença feminina está cada vez mais forte entre os consumidores, a maioria das produções direcionadas aos geeks possuem enfoque no público masculino, o que já acontece há muitas décadas e ainda é predominante nos dias de hoje.


Fonte: DC Comics | Reprodução: Google Images


É verdade que figuras femininas na cultura geek existem há muito tempo, mas de qual forma eram representadas?
Apesar de termos personagens como a Mulher-Maravilha, que surgiu em 1941 
 e foge do conceito de sexo fácil , as mulheres eram utilizadas, na maioria das vezes, apenas como um recurso narrativo para engrandecer o percurso do herói ou para realizar algum fetiche idealizado por homens sobre o uniforme de super-heroínas.

Histórias em quadrinhos são exemplos claros de sexualização da mulher com a retratação de personagens com uniformes que claramente não servem para nada além de expor os seus corpos. Mas, esta discussão não é o foco deste artigo
caso queira ler mais sobre o assunto, clique aqui.

Afinal, onde queremos chegar?
O ponto aqui é mostrar que as mulheres na cultura geek são muito mais do que uma porcentagem no público consumidor, e que a sua representação nos produtos do meio deve está acima de uma mocinha em apuros ou de um fetiche masculino. Felizmente, o protagonismo feminino tem ganhado espaço nos últimos anos.

Começamos com o destaque na ficção científica, com a Princesa Leia em Star Wars, liderando a Aliança Rebelde contra o Império de Darth Vader. A personagem interpretada por Carrie Fisher fugia dos padrões femininos da época, despertando os olhares e a atenção de várias jovens que não se identificavam com a visão indefesa do gênero. No mesmo período, tivemos um outro símbolo representativo: Nichelle Nichols, uma mulher negra, interpretava a Tenente Uhura em Star Trek, que se tornava um marco na luta contra o racismo nos Estados Unidos na década de 1960.


Fonte: CBS Studios | Reprodução: Google


Apesar de ambos os casos terem sido extremamente importantes, ainda representavam uma exceção a regra, onde eram isolados os casos de mulheres desempenhando papéis importantes em obras, até então feitas para homens. Aos poucos, as mulheres foram ganhando destaque e espaço para representarem e escreverem suas próprias histórias.

Personagens como Katniss Everdeen, Hermione Granger, Daenerys Targaryen, Amy Farrah Fowler, Chloe Price, Nico Robin, Shuri, Astra, e tantas outras, ocuparam seus espaços e ganharam destaque, se tornando símbolos. Essa representatividade é importante para que as mulheres se sintam inseridas, é natural criar empatia com quem você admira por determinadas características ou por se sentir parecido.

Atualmente, temos o brilhantismo feminino em todas as áreas que envolvem a cultura geek, seja como personagens em histórias em quadrinhos, mangás, animes, filmes ou séries, ou como roteiristas, diretoras, ilustradoras ou atrizes, aumentando cada vez mais o nível de representação, e lutando para que estas representações ocorram de maneira respeitosa, enaltecendo nossas forças e não nossos corpos.

A evolução feminina não limita aos exemplos citados, existem tantas personagens brilhantes nos quadrinhos, cinema, games, séries, etc, que ganharão os holofotes e servirão de inspiração para continuarmos a nossa luta.

O cenário que vivemos hoje no universo geek/nerd ainda não é o ideal. Mas, felizmente, podemos notar a mudança e a evolução pelo qual o meio vem passando ao longo dos anos. O machismo ainda se faz presente no meio, portanto, não deixaremos de lutar, por mais exaustivo que seja. E parafraseando Éowyn, em o Senhor dos Anéis: o Retorno do Rei - WE ARE NO MAN!

Referências: 

COSTA, Laiane. Personagens fodas do universo nerd. Chimichangas, 08 de mar. 2020. Disponível em: < https://www.chimichangas.com.br/universo/personagens- femininas-fodas-do-universo-nerd/ > Acesso em 06 de mar. 2023.

PUIG, Rebeca. Machismo e ‘Orgulho nerd’: O que temos para comemorar?. Comunica que muda, 26 de mai. 2016. Disponível em: < https://www.comunicaquemuda.com.br/orgulho-nerd-e- machismo/ > Acesso em 06 de mar. 2023.

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