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08/03/2023 às 19h02min - Atualizada em 08/03/2023 às 18h30min

Novos hábitos e o crescimento da leitura na pandemia

Sofia Gunes - Revisado por Danielle Carvalho
Crianças lendo juntas (Foto: Reprodução / Getty Imagens)
A pandemia gerou mudança em vários hábitos da vida cotidiana, como lavar as compras ao chegar do mercado e passar álcool nas mãos. Mas, para além dos hábitos corriqueiros, a pandemia também foi responsável por aumentar o consumo de livros e promover uma nova forma de adquiri-los sem sair de casa, através do e-commerce.

O Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), em parceria com a Nielsen BookScan, publicou o Painel do Varejo de Livros no Brasil, que reúne dados coletados diretamente do caixa das livrarias, e-commerce e varejistas, traçando um panorama amplo sobre o andamento do mercado editorial no país. O painel revela como a compra de livros teve um aumento significativo na pandemia e continuou após ela.


O e-commerce como aliado da leitura

Em 2020 as livrarias se viram obrigadas a fechar as portas devido a pandemia e aos decretos para assegurar o isolamento social. Mesmo com as portas físicas fechadas, as livrarias continuaram funcionando a todo vapor por meio do e-commerce, o comércio eletrônico, que é toda transação comercial (compra e venda) feita através da internet.




As vendas pela internet não surgiram na pandemia, mas foi a partir da necessidade de isolamento social que comprar online se tornou a melhor e, muitas vezes, a única possibilidade. Um estudo da Mastercard mostra que o setor de livraras teve o maior crescimento em 2020, se comparado com 2019, com um aumento considerável de 110% nas vendas.

Com o auxílio das vendas online as livrarias tiveram um ano de pandemia melhor do que o esperado, fechando 2020 com apenas 0,48% de queda em relação ao ano anterior. Em 2021 o resultado foi positivo e mostrou verdadeiramente o aumento pela procura da literatura. O setor literário fechou o ano com uma receita quase 30% maior do que em 2020, foram 55 milhões de livros vendidos, que resultaram numa receita de 2,28 bilhões de reais.

Esse aumento na compra é consequência do aumento do interesse pela leitura, que foi um dos que mais cresceu no período pandêmico
, segundo a pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”. Por ser algo que se faz sozinho e sem a necessidade de sair de casa, ler se tornou uma ótima opção de hobby para aqueles que precisavam se distrair durante o tempo em casa.

Iana Marcelly, de 19 anos, conta que foi na pandemia que finalmente teve tempo de se debruçar pelo seu amor a leitura. “Com certeza 2020 e 2021 foram os anos que eu mais li”, diz a jovem. Iana conta que durante a pandemia já chegou a ler quatro livros em uma semana e que esse hábito a ajudava a passar pelo isolamento social: “Era uma forma de eu sair de casa, por assim dizer, era uma forma de viajar por outros lugares e me divertir imaginando tudo, sem precisar sair fisicamente”.


 

A necessidade de incentivo

Apesar do notável crescimento no setor, o apreço pela literatura precisa ser mais incentivado no Brasil. A pesquisa “Retratos da leitura no Brasil” revela que no Brasil existem cerca de 100 milhões de leitores. Apesar do número expressivo de pessoas que leem, 67% dos brasileiros entrevistados não tiveram alguém que incentivasse a leitura no decorrer da vida.

Essa porcentagem evidencia a necessidade de aumentar a divulgação e o real incentivo à leitura, que deve ser feito desde a educação básica, apresentando livros às crianças e tornando o momento de leitura algo prazeroso, até no ensino superior, onde os estudantes acabam se prendendo aos livros didáticos, que também são de extrema importância, mas se esquecem da leitura como algo prazeroso e divertido.

 

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