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24/03/2023 às 13h37min - Atualizada em 11/03/2023 às 09h43min

A transição do cinema mudo para o falado

No auge dos anos 1920 aconteceram diversas mudanças dentro da indústria cinematográfica e uma das mais marcantes foi a inserção de sonoplastia de forma mais significativa dentro no cinema.

Caroline Dantas - Revisado por Danielle Carvalho
Rolo de filme antigo (Foto: Reprodução / Pexels)

Quando Hollywood começou a falar?

“O Cantor de Jazz” foi lançado pela Warner Brothers em 1928, com som no processo Vitaphone. Foi o primeiro filme falado, cantado e musicalizado dos Estados Unidos dirigido por Alan Crosland. A trilha sonora comportava apenas 354 palavras, mas o sucesso é imediato e os irmãos Warner, da "Warner Bros", veem a caixa registradora tilintando sem cessar. É o primeiro filme de grande duração com falas e canto sincronizado com um disco de acetato. A partir desse acontecimento os filmes mudos passaram a ser totalmente substituídos pelos filmes falados, que eram a grande novidade da vez.
 

O impacto do cinema falado na indústria 

A ascensão do cinema falado não foi somente importante para a tecnologia das produções, mas também para a mudança de performance de atrizes, atores, diretores e todos que estavam inseridos na produção. No cinema mudo, a atuação era muito baseada nas expressões faciais, gestos e maneirismos corporais. As histórias e roteiros eram mais simples que eram explicadas em letreiros ao longo do filme. O mais importante era realmente as imagens, que eram impactantes e bem elaboradas para prender a atenção do público, mesmo sem a presença de falas. Então, com o acréscimo de som, o cinema exigiu um diferente desempenho dos atores, precisando de novas habilidades ao atuar como: entonação da voz, presença de sentimento ao falar, capacidade de interpreta um roteiro de forma mais intensa, etc.

“Tempos Modernos”, de 1936, dirigido e estrelado por Charles Chaplin. Nele, Chaplin usou pela primeira vez o som falado em uma cena em que canta. No filme, o icônico personagem do Vagabundo é um operário mandado embora por seu comportamento maluco que tenta sobreviver nas ruas e conhece uma mulher órfã (Paulette Goddarg) com quem tem uma relação afetiva. Chaplin satiriza o mundo industrializado e faz uma forte crítica ao capitalismo, bem como aos maus-tratos que os trabalhadores recebiam na industrialização. Com esse filme, Chaplin foi acusado de comunista e teve problemas de permanência nos Estados Unidos.



A decadência dos atores do cinema mudo


Com o advento do som muitos artistas acabaram perdendo os empregos por serem considerados inaptos para aquela nova forma de produzir cinema. Artistas de toda Hollywood tiveram suas carreiras afetadas, sendo mais evidente nas atrizes femininas que desde sempre foram mais cobradas e rejeitadas quando não davam mais "lucro". O filme "Sunset Boulevard" (Crepúsculo dos deuses) fala da ambição de jovens por fazer sucesso e da tragédia que esse sonho pode se tornar. O longa narra um encontro entre um jovem roteirista e uma mulher que já teve fama, glória e reconhecimento pelo seu trabalho como artista, mas hoje não tem mais. Norma Desmond, interpretada por Glória Swanson, vive essa queda misturada com uma trama amarga, triste e trágica sobre a Old Hollywood.

Desde a chegada do artifício do som, o cinema mudou muito e continuou evoluindo trazendo arte, cultura e emoção para os telespectadores. A construção de cenas filmadas e faladas que representam historias que, independente de serem reais ou fictícias, tem grande impacto na vida das pessoas, que dividem aquela uma hora e meia com seus atores favoritos em uma sala de cinema. Cinema 
é arte, é movimento, é vida, é transformação. 
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