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12/03/2023 às 16h40min - Atualizada em 12/03/2023 às 21h45min

Deputado do MS exibe livro de Hitler na Câmara para criticar maioria governista

Existe uma lei no Rio de Janeiro que proíbe a venda do livro na capital fluminense

Victor Cunha - Editado por Bianca Lourenço
Foto/publicação @joaohenriquecatan

Nesta terça-feira (7) o deputado estadual do MS, João Henrique Catan (PL), usou o livro escrito por Hitler para criticar a base de deputados pró-governo, que são maioria na Câmara do estado. O livro exibido trata-se do Mein Kampf.

 

Mein Kampf é o título do livro de dois volumes de autoria de Adolf Hitler, no qual ele expressou suas ideias antissemitas, anticomunistas, antimarxistas, racialistas e nacionalistas de extrema-direita, então adotadas pelo Partido Nazista, e é por isso que a utilização do livro pelo deputado pode ser visto como algo grave.

 

Veja o vídeo (canal da CNN Brasil no YouTube):

 

Em fala para a CNN Brasil, o deputado explicou que a citação foi feita para criticar as “estratégias de Hitler para anular o Parlamento, corromper a democracia, até que colocou, por meio de infiltrado, fogo no parlamento alemão”. Mas apesar da repercussão negativa, o governo de Eduardo Riedel (PSDB) afirmou que a demanda do parlamentar foi interpretada como parte do debate entre diferentes forças políticas, coisa que ocorre diariamente na Assembleia Legislativa.
 

Proibição do livro

O parlamentar aproveitou a oportunidade para alfinetar o juiz que determinou a proibição da entrada e venda do livro e o acusou de ser talvez mais ditador que Hitler. Um detalhe importante é que a proibição aconteceu apenas na cidade do Rio de Janeiro por determinação do TJRJ através do colegiado da Primeira Câmara Cível.

 

Devido a essa proibição ter acontecido apenas no Rio, a historiadora e ex-candidata a deputada federal pelo Unidade Popular (UP) Sued Carvalho afirma que deve haver um movimento por parte dos partidos de esquerda para conscientizar as pessoas contra essas ações como a de João Henrique Catan.

 

“Antes de qualquer coisa quero colocar que confiar nas instituições para punir esse tipo de manifestação é tão realista quanto a crença na fadinha Sininho, da História do Peter Pan. É preciso que os Partidos de esquerda e movimentos sociais façam o esforço de conscientização da população contra esse fenômeno.”

 

Sued Carvalho

 

Sued ainda aproveita para afirmar que “o político tentou “mitar” no púlpito da câmara de vereadores, mas imagino, por seu alinhamento ao bolsonarismo, que ele não teria grandes problemas com algumas das teses encontradas no material que apresentou.”

 

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