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12/03/2023 às 19h00min - Atualizada em 12/03/2023 às 18h14min

‘Elena’: uma reflexão sobre o luto e a arte

Um documentário brasileiro dirigido por Petra Costa.

Elen Konno - Revisado por Danielle Carvalho
Imagem de capa do documentário ‘Elena’. (Foto: Reprodução/ Netflix)


No primeiro dia de aplicação da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) de 2022, a prova apresentou em uma de suas questões uma resenha crítica escrita pelo jornalista Camilo Vannuchi para a Revista Época, em 2012, a respeito do documentário ‘Elena’, escrito e dirigido pela cineasta brasileira Petra Costa 

Lançado em setembro de 2012, o longa-metragem venceu quatro categorias no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro em 2014, ganhando como: Melhor Documentário, Melhor Direção, Montagem e Direção de Arte.

 

O documentário
 

Trailer oficial de 'Elena'. (Reprodução: Elena Filme/Youtube)


A obra reconta a história de Elena Andrade, irmã mais velha de Petra, que aos 20 anos parte rumo a Nova York para realizar um de seus maiores sonhos: ser atriz de cinema. Deixando sua irmã mais nova, de apenas sete anos, para trás, a jovem Elena se depara com a dificuldade para arranjar papéis e relata, através de cartas e de vídeos gravados enviados à família no Brasil, suas frustrações em relação ao seu futuro no mundo das artes. Afundada em desilusões, Elena acaba entrando em depressão e decide colocar fim a sua própria vida. Anos mais tarde, Petra decide seguir os mesmos passos da jovem artista e é através do documentário que ela entra na jornada de entender e aceitar a morte de sua irmã. 

Produção

A ideia do documentário surgiu ainda quando a diretora tinha apenas 17 anos, ao encontrar um antigo diário escrito por Elena. Mesmo após iniciar sua carreira no mundo cinematográfico, Petra preferiu se envolver em outros trabalhos por não se sentir preparada para reviver as memórias do passado.

(Foto: Reprodução / Netflix)

(Foto: Reprodução / Netflix)

Trecho do diário escrito por Elena.


Quando finalmente se sentiu pronta, ela reuniu cerca de 50 horas de vídeos caseiros gravados por Elena nos anos de 1980, além de realizar dezenas de entrevistas com depoimentos de familiares e amigos próximos. Satisfeita com a curadoria de todo material, a cineasta decide inserir-se em cena, ocupando o papel de personagem e documentarista, ao gravar a si mesma refazendo a trajetória de sua irmã pelas ruas de Nova York.

A arte no luto

Através do processo de criação do documentário, Petra conseguiu estabelecer uma conexão profunda com a irmã e encontrou uma forma de lidar com o luto e o processo da dor da perda por meio da arte.
(Foto: Reprodução / Netflix)

(Foto: Reprodução / Netflix)

Cena do documentário ‘Elena’.


Com recortes das imagens de arquivo de Elena, misturados as suas próprias filmagens, ela consegue retratar e expressar suas emoções de formas teatrais e poéticas a fim de honrar, de forma mais íntima,a memória da irmã. Em entrevista concedida ao portal O Globo, ela ainda reforça a importância e o motivo de se debater sobre o filme: 
 
“As pessoas saem inspiradas a também fazer uma obra artística sobre suas próprias Elenas, suas memórias inconsoláveis. O que mais me motiva a levar o filme para debates é que se fale mais sobre as próprias perdas. Elas viram uma fonte de inspiração”. 

Além disso, a diretora terminou relatando que a história de Elena não tinha como objetivo principal homenageá-la, mas sim, de mostrar a possibilidade de se tirar algo positivo da ausência.  

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