REPRODUÇÃO/INSTAGRAM/@jairmessiasbolsonaro Mesmo após ter sido negado, quarta-feira (15), o último pedido feito pela defesa do ex-presidente, Jair Bolsonaro (PL), de ter acesso ao inquérito das joias valiosas provindas da Arábia Saudita e que foram apreendidas pela Receita, mais uma vez a defesa, coordenada pelo advogado Paulo Cunha Bueno, solicitou a admissão. A Polícia Federal nega a concessão do acesso, argumentando que o ex-presidente, Jair Bolsonaro (PL), não é “até o momento” investigado no caso das joias sauditas apreendidas. No entanto, o advogado Paulo Cunha, ao realizar o pedido mais uma vez, declarou que mesmo que não seja diretamente investigado, Bolsonaro está sendo tratado dessa maneira, após fala do atual Ministro da Justiça, Flávio Dino, que disse, na última segunda-feira (13), que o ex-presidente será convocado a depor.
Nas palavras do Ministro Flávio Dino, “o ex-presidente será intimado a prestar depoimento”. Segundo ele, caso o ex-presidente Bolsonaro não compareça para depor, “nasce uma situação nova em que poderá ou não ter o acionamento dos mecanismos de cooperação internacional”.
Flávio Dino diz esperar a presença do ex-presidente. Nas palavras do Ministro, “é possível concluir o inquérito ou não. Mas eu espero que ele compareça e seja ouvido pois é um direito dele como investigado”, ressaltou.
ENTENDA A POLÊMICA ENVOLVENDO O CASO
No dia 3 de março, os jornalistas André Borges e Adriana Fernandes publicaram uma matéria no Jornal O Estado de São Paulo, que repercutiu nacional e internacionalmente.
A matéria trazia informações sobre o caso das joias avaliadas em 3 milhões de euros (US$ 3,19 milhões), dadas pelo príncipe Mohammed bin Salman Al Saud do reino da Arábia Saudita, como presente à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e ao ex-presidente Jair Bolsonaro e que um membro do governo de Bolsonaro, ilegalmente tentou trazer ao Brasil.
Ainda segundo o referido Jornal, as joias foram encontradas por despachantes alfandegários na mochila de um assessor do então Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que naquela ocasião, voltava de viagem oficial ao Oriente Médio Leste em outubro de 2021.
Ficou a cargo dos agentes do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, apreenderem as joias, já que ao chegar no aeroporto, um dos assessores ficou impedido de levar os presentes, pelo fato de que os valores ultrapassavam mil dólares. Ainda segundo o Estado de São Paulo, Bolsonaro tentou, sem sucesso, por diversas vezes, recuperar as joias sauditas, através de funcionários do governo.
Em uma entrevista à CNN Brasil, no início do mês de março (4), Bolsonaro negou a ilegalidade do processo. Segundo o ex-presidente, “Estou sendo acusado de um presente que eu não pedi, nem recebi. Não existe qualquer ilegalidade da minha parte. Nunca pratiquei ilegalidade”, disse à CNN.
Já em entrevista ao Jornal Metrópoles nesta última quarta-feira (15), um dos filhos do ex-presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), saiu em defesa do pai, argumentando que o pai não teve contato com as joias e que o caso é “cortina de fumaça” criado pelo Partido dos Trabalhadores (PT).
No entanto, o parlamentar admitiu que Bolsonaro pediu ao ajudante de ordens, tenente coronel Mauro Cid, averiguar um presente retido na Receita Federal do Aeroporto de Guarulhos.
REFERÊNCIAS:
Bolsonaro nega 'atos ilegais' sobre joias sauditas; Governo Lula promete investigação | Reuters, acesso em 16/3/2023
CNN confirma que outro pacote de joias foi entregue ao acervo da Presidência (cnnbrasil.com.br), acesso em 15/3/2023
Eduardo Bolsonaro quebra o silêncio sobre caso das joias do pai | Metrópoles (metropoles.com), acesso em 15/3/2023
