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22/03/2023 às 15h45min - Atualizada em 22/03/2023 às 15h09min

Zé gotinha: Entenda a importância da criação de personagens para campanhas publicitárias

Mascote infantil retorna para Campanha Nacional de Vacinação após ter sido deixado de lado no último governo

Arthur Oliveira - Editado por: Bruna Nunes
Foto: Julia Prado/MS

O Zé Gotinha é um personagem publicitário criado em 1986 pelo artista plástico Darlan Rosa com o objetivo de incentivar a campanha de vacinação contra o vírus da poliomielite, uma doença contagiosa com capacidade de causar paralisia nos membros inferiores. 

 

O nome do personagem foi escolhido através de um concurso nacional com alunos de escolas de todo o Brasil, aproximando o tema da vacinação ao público alvo. Além de participar da campanha de vacinação, Zé Gotinha também esteve presente em jornais, rádios e TVs de todo o país. Ele ainda teve sua história contada em filmes e curtas-metragens, e contou com participação em uma paródia da música "Ilariê" da Xuxa, que incentivava crianças a se vacinarem. 

 

Em 1994, o Brasil recebeu o certificado de erradicação da poliomielite. Pode-se relacionar o alto índice de vacinação infantil com a eficácia das propagandas com o personagem, que estava na entrega do prêmio junto ao então presidente Fernando Henrique Cardoso.




TAXAS DE VACINAÇÃO

Mesmo com o esforço em incentivar a vacinação, as taxas de vacinação aos longos da última década vem sofrendo quedas, o que pode ser um dos motivos para o retorno de doenças antes erradicadas.

CADÊ O ZÉ GOTINHA?

No último mês de fevereiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou o Movimento Nacional pela Vacinação, que tem por finalidade incentivar a vacinação e combater as fake news contra a imunização. Outra medida tomada foi o retorno do Zé Gotinha para a campanha. O mascote havia sido “cortado” no governo anterior.

Com a volta do personagem que marcou gerações e incentivou milhões de crianças a se vacinarem, a campanha publicitária se torna importante pois possibilita a sua humanização e incentiva a maior adesão do público, como explicou a publicitária e professora Patrícia Quitero sobre a sua criação: "Na época que o artista plástico fez o Zé Gotinha, ele fez com traços bem simples para gerar identificação junto às crianças e o público PCD. Porque ele precisava do apoio popular e foi feito na época, inclusive aliado ao personagem um concurso para escolha do nome."

 

A professora ainda acrescentou sobre a relevância do mascote para a vacinação: "Foi uma proposta muito estratégica, muito bem pensada e hoje o Zé Gotinha é referência da vacinação de uma maneira geral. Não só da vacina de gota que é da poliomielite, mas ele acabou sendo um personagem. E quando eles montam um mascote e personificam, tiram ele do papel, coloca uma roupa, uma fantasia, parece que ele vem pra vida real, ele surge pra vida real, então acaba se tornando uma referência."

 

Por fim, Patrícia comentou sobre o retorno do personagem e o seu impacto em uma nova era diante da internet: "Eu fiquei muito feliz de saber que o governo federal está retomando o Zé Gotinha nas suas campanhas, porque eu acho que é uma estratégia fundamental. Nós estamos vivendo num momento crucial de retomada, é necessário que as pessoas entendam a necessidade da vacinação. Nós passamos por momentos tumultuados na pandemia como o descrédito do sistema de saúde. Então eu acho que o retorno agora a partir desse nosso governo vai ser assim primordial para que as pessoas voltem a ter credibilidade no Sistema Único de Saúde, quanto ao processo de vacinação que é muito importante. Eu acho que a retomada da campanha com o personagem vai ser essencial para a sua execução."


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