Lab Dicas Jornalismo Publicidade 728x90
26/03/2023 às 18h25min - Atualizada em 27/03/2023 às 08h05min

Palhaço Piolin: um ícone da arte brasileira homenageado no Dia do Circo

Kauane Brito - Revisado por Joyce Oliveira
Palhaço Piolin em apresentação (Foto: Reprodução/Acervo do Museu da Imagem e do Som de São Paulo)

Uma das formas mais tradicionais de entretenimento. Uma arte milenar. Um espaço mágico, que é sinônimo não só de diversão, como também de cultura. Estamos falando do circo, celebrado neste dia, 27 de março. 

 

Nessa mesma data, em 1897, nasceu Abelardo Pinto, um homem que mais tarde se tornaria um ícone da arte brasileira. E não é uma simples coincidência. A data do Dia do Circo foi escolhida como uma homenagem a Abelardo Pinto, o grande palhaço Piolin. 



 

De palhaço substituto a homenageado pela Semana de Arte Moderna 

 

Natural de Ribeirão Preto (SP), Piolin nasceu no circo e começou a trabalhar muito cedo. Realizava diversos números, como contorcionista e equilibrista, mas foi em 1917, quando estreou como palhaço, que viveu o auge da sua carreira. O palhaço Chicharrão precisou sair do Circo Queirolo, e para não suspender as apresentações da companhia, Piolin decidiu que iria substituí-lo. 

 

O novo palhaço, mesmo substituindo outro já consagrado, foi sucesso imediato. Piolin chamou atenção de importantes nomes do modernismo brasileiro, como Tarsila do Amaral, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, entre outros. Outro admirador do palhaço Piolin era o presidente do Brasil entre 1926 e 1930, Washington Luís.

 

Em 1929, Piolin foi homenageado pelos modernistas, no evento chamado Banquete Antropofágico. 43 anos depois, uma nova homenagem foi realizada, dessa vez, no cinquentenário da Semana de Arte Moderna. Assim, o dia 27 de março se estabeleceu como Dia do Circo, em homenagem a esse grande artista circense.

 

A luta para o espetáculo continuar 

 

Os circos sempre enfrentaram dificuldades. Mesmo na década de 60, quando não existiam as formas de entretenimento que existem hoje, a arte circense já era desvalorizada. Nessa época, o desamparo do Estado e a desclassificação pelas entidades de classe, eram questões levantadas por Piolin. 

 

Um dos grandes sonhos do palhaço era a fundação de uma grande escola de circo no Brasil. Para ele, um dos motivos da decadência do circo é a falta de uma escola para formar os artistas. 

 

"Atualmente são poucos os bons artistas circenses, pois a maioria, por diversas razões, abandonou a profissão e os que vão se formando não encontram uma orientação adequada. Há muitos velhos artistas que poderiam ser aproveitados como mestres, caso os poderes públicos criassem uma escola", disse em uma reportagem da Folha da Noite, em 1958. 

 

Em 1976, três anos após a morte do palhaço, a Comissão de Circo do Estado, em parceria com a Associação Piolin de Artes Circenses, fundaram a Academia Piolin de Artes Circenses. Uma vitória que, infelizmente, teve seu fim em 1983, por descaso da Secretaria da Cultura, que deixou de arcar com os custos e a manutenção da academia. 

 

A importância do Circo 

 

O circo é uma das expressões artísticas mais antigas do mundo. Sinônimo de tradição e, na maioria das vezes, um ambiente familiar onde conhecimento sempre era transmitido de geração em geração

 

Piolin sempre acreditou no papel social do circo e defendia as escolas circenses. Para ele, o compartilhamento dessa arte através das escolas, seria uma forma de projetar o conhecimento intelectual e cultural, para além disso, uma forma de manter a arte viva. 

 

Ao mesmo tempo que diverte, também permite o acesso a uma arte pura. Este é o circo. Atualmente, mais moderno, adepto às tecnologias, mas ainda criando e preservando memórias como a do grande Abelardo Pinto, o palhaço Piolin


Respeitável público, conheça mais sobre
 a arte do circo clicando aqui.

 

Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »