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27/03/2023 às 10h54min - Atualizada em 27/03/2023 às 10h49min

Papa Francisco completa 10 anos de pontificado

Por Rafael Holanda - Editada por Uilson Campos
Tiganum/Reprodução: Pixabay

No último dia 13 de Março de 2023, no Vaticano, o pontífice completou 10 anos como o principal líder da igreja católica. Escolhido após a renúncia de Bento XVI, recebeu diversos desafios que ainda estão em evidência no catolicismo. Mas já deixou claro, que é mais brando e compreensivo com diversas questões sensíveis.

 

Histórico do pontífice 

 

Em toda a história da igreja católica o papa Bento XVI foi o quarto a renunciar, isto ocorreu no dia 28 de fevereiro de 2013. Um mês após o ocorrido, a cúpula da igreja católica elegeu o novo pontífice: o argentino Jorge Bergoglio, o "Papa Francisco”, primeiro latino-americano a assumir o posto. Na ocasião, uma vasta lista de desafios precisavam ser enfrentados.

 

Ao longo do tempo observa-se que a sua postura é mais branda e aberta em relação a temas sensíveis e polêmicos, como por exemplo, a questão do aborto, abusos sexuais ocorridos dentro da igreja, fiéis homossexuais e a presença das mulheres em funções importantes na religião católica. Apesar disso, ainda não houve mudanças nas regras históricas do catolicismo. Há uma estrutura milenar e de poder.

 

Se tratando de abusos sexuais, no início Francisco não estava empenhado a olhar o tema com mais atenção, mas após realizar uma visita no Chile, diversos casos vieram ao seu conhecimento de que muitos homens foram abusados dentro da igreja quando eram jovens. Com isso, medidas foram adotadas para punir padres e bispos que cometam o ato atualmente. O seu antecessor, Bento XVI, também realizou medidas para tentar solucionar a questão. 

 

Para o professor especialista em Teologia, Rodrigo Bernardes, Francisco tem consciência que a causa ainda está longe de ser erradicada. 

 

"Ele criou a Comissão para a Tutela de Menores e publicou uma carta após a divulgação de um relatório que indicava ter havido pelo menos mil sobreviventes de abusos sacerdotais nas últimas sete décadas", disse ele.

 

Outro desafio que Francisco enfrenta é em relação à ordenação das mulheres. Um fato relevante é de que ele fez mais para promover as mulheres na Igreja do que qualquer outro papa, inclusive nomeando várias mulheres para cargos de destaque no Vaticano. Existe resistência da Cúria Romana para que as mulheres possam assumir funções no clero e a mudança pode ficar apenas na utopia.

 

Dados divulgados pelo Vaticano mostram que o número de funcionárias mulheres da Cúria aumentaram de 846 para 1165 no pontificado de Francisco — eram 19% do total; hoje são 26%. Na escala de 10 níveis da carreira utilizada pela instituição, a maior parte está no sexto ou no sétimo níveis.


Com relação aos fiéis homossexuais, ele é pontual em afirmar que não cabe a nós julgar a orientação alheia e que ser homossexual não é crime. Devido ao seu posicionamento, houve um aumento da população LGBTQIA+ dentro da igreja católica, provavelmente um retorno de muitos que já fizeram parte da religião. Francisco defende o direito de uniões civis homoafetivas e prega que eles devem ser acolhidos pastoralmente pelas comunidades católicas, no entanto não houve nem há nenhum movimento que indique que um dia casamentos LGBTs sejam reconhecidos pela Igreja. Francisco não fala em aposentadoria, indicando o desejo de ficar por mais tempo na função.
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