De acordo com o relatório anual de receita da Associação da Indústria Fonográfica da América (RIAA), os discos de vinil venderam mais unidades que os CDs nos Estados Unidos pela primeira vez desde 1987. O relatório também revelou que as vendas de discos de vinil têm crescido constantemente nos últimos 16 anos, representando agora 71% de toda a receita de formatos físicos de música. Os CDs sofreram desvalorização com o digital, atingindo apenas 33 milhões de unidades vendidas em 2020, enquanto as unidades de discos de vinil totalizaram 41 milhões.
O ex-economista Celso Marcílio foi um dos lojistas que deixaram a Galeria Boulevard em meio à pandemia. No ramo desde que perdeu a visão em um acidente, há 25 anos, Celso reabriu a loja em maio, no bairro do Piqueri, na zona norte. "As vendas aumentaram na pandemia e o Instagram foi o nosso principal canal. Desenvolvi uma logística de entrega de discos em 24 horas na Grande São Paulo e funcionou bem. Depois, assumi o risco de reabrir a loja fora do eixo central e os clientes aprovaram a mudança", comentou.
Geração Z resgatando hábitos “cringe’’
De acordo com os nascidos no fim da década de 1990, alguns hábitos do passado, como ouvir discos e vinil ao invés de uma playlist no Spotify, são considerados ‘’cringe’’ pela geração Z. Cringe é uma expressão que significa algo ultrapassado, mico ou até mesmo vergonha alheia, mas os discos de vinil se livraram dessa.
As gerações mais jovens estão contribuindo significativamente para o aumento das vendas de discos de vinil, porém esse não é o único fator que propicia a maior comercialização. A nostalgia de quem nasceu na era do vinil também é importante para a popularidade dos discos. O sentimento de saudade, remete a momentos especiais que merecem ser resgatados da memória, o que valoriza o formato musical.