Lab Dicas Jornalismo Publicidade 728x90
02/04/2023 às 22h43min - Atualizada em 02/04/2023 às 22h38min

Brasil e China: Entenda como parceria comercial deve ser ampliada ainda em 2023

Lula adia viagem, mas os acordos entre Brasil e China ainda estão em andamento

Maria Eduarda Pinto - Editado por Bruna Nunes
CNN Brasil

Após ter a viagem à China adiada por conta de um diagnóstico de pneumonia, o presidente Lula deve remarcar a visita até julho. Segundo o Itamaraty, o adiamento da viagem não afetará o cumprimento dos acordos previstos para alavancar a parceria comercial entre o Brasil e o país asiático. 

Desde 2009, a China é o maior parceiro comercial do Brasil, mas os acordos econômicos entre os países já acontecem desde os anos 70. Com destaque para a importação de grãos, a parceria sino-brasileira já alcançou a marca de US$150 bilhões e já contribui em mais de 30% na economia brasileira. 

Parceiros também no BRICS, atualmente, o Brasil se destaca pela exportação de matérias primas de origem primária, as chamadas commodities, enquanto a China exporta materiais de maior valor, como itens de tecnologia. 

Para Walmir Estima, bacharel em direito e especialista em relações internacionais, a parceria sino-brasileira é vantajosa para ambos os países, mas o compartilhamento de tecnologia tem muito a agregar para a economia brasileira: "A China, apesar de não ser aberta com todo o tipo de tecnologia que ela desenvolve, ela tem um histórico maior de compartilhamento desse tipo de desenvolvimento tecnológico, principalmente com países menos desenvolvidos, como é o Brasil." 

No entanto, a China não é o único parceiro comercial do Brasil quando se trata de tecnologia. Segundo dados de 2022, os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, importando produtos de refinaria, tecnologia e indústria, um perfil parecido com a potência asiática. 

Durante a próxima visita à potência asiática, Lula e o presidente da China, Xi Jinping, devem alavancar as parcerias econômicas com novos acordos. Entre as grandes mudanças, está o acordo que inaugura uma "Clearing House" (Casa de trocas/compensação de moedas) para que as transações financeiras entre ambos os países ocorram sem dólar. 

Apesar do comércio exterior ser um ponto importante de disputa geopolítica entre China e Estados Unidos, o comércio sino-brasileiro não é um aspecto controverso entre ambas. Ainda segundo Estima, esta discussão ainda está em um campo ideológico e por isso, a posição de privilégio econômico da China não é vista como um prejuízo para o Brasil, assim como os discursos internos pró-China ou pró-Estados Unidos não têm pouco impacto direto nas relações diplomáticas brasileiras: "Para além da retórica anti-China de Bolsonaro e as oportunidades criadas no governo Lula, começando com essa viagem, existe uma relação Brasil-China que transcende ambos." 

Em relação à política anti-China de Bolsonaro, o atual governo espera que isso não tenha causado um desgaste nas relações diplomáticas entre os países. No entanto, fica claro que dentro da esfera econômica os discursos do ex-presidente agiram como política interna e não tiveram grandes impactos na política exterior, principalmente levando em conta a posição de neutralidade que o Brasil costuma assumir nesses casos. 

Até o momento, os futuros acordos entre Brasil e China não possuem data para serem oficializados. Lula e sua comitiva, que anteriormente possuía mais de 200 acompanhantes - entre oficiais do governo e empresários brasileiros -, devem ter a oportunidade de fechar negócios com o governo Chinês até o final de 2023 em várias esferas, dentre elas tecnologia, agronegócio e meio ambiente. 


Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »